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No 'dia do fico' de Mandetta, apoio a ele no Twitter foi 5 vezes maior do que apoio a Bolsonaro

Na segunda-feira, 59,6% das interações eram em defesa de Mandetta, incluindo aquelas que partiam de perfis de direita.

Um estudo de redes sociais publicado pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV DAPP) mostra que o apoio ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, dominou o debate público no Twitter na última segunda-feira (6), com cinco vezes mais interações em apoio ao ministro do que ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Na segunda, quando foi noticiado que Bolsonaro poderia demitir Mandetta, o debate no Twitter foi dominado pelas manifestações de apoio ao ministro. Segundo a pesquisa da FGV, 59,6% das interações eram em defesa de Mandetta, incluindo perfis de direita e esquerda no espectro político. Já 12,3% das interações defendiam Bolsonaro.

Também na segunda, o nome do ministro gerou mais interesse de pesquisas no Google do que o presidente, de acordo com a ferramenta Google Trends.

Bolsonaro vem dando declarações públicas em contrário a recomendações do seu ministro com relação isolamento social – o presidente já defendeu a reabertura do comércio. Mandetta vem reforçando que o isolamento social é fundamental para evitar o aumento no número de casos de contaminação por coronavírus num espaço muito curto de tempo, o que poderia levar ao colapso no sistema de saúde brasileiro.

A pesquisa da FGV mostra que o pico do debate sobre coronavírus aconteceu no dia 25 de março. Na noite anterior, no primeiro pronunciamento de Bolsonaro na TV sobre o coronavírus, o presidente pediu o fim do "confinamento em massa" e chamou a pandemia de "resfriadinho" e "gripezinha".

Em entrevista à Jovem Pan, no último dia 2, Bolsonaro tornou pública sua insatisfação com Mandetta, dizendo que estava "se bicando" com o ministro e que faltava humildade a Mandetta. Três dias depois, em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente disse, em conversa com religiosos, que "vai chegar a hora deles, minha caneta funcionando", referindo-se a ministros que viraram "estrelas" e "estão falando pelos cotovelos".

A pesquisa da FGV aponta que o sentimento positivo em relação a Mandetta no Twitter era de mais de 80% entre os dias 28 e 31 de março. Depois dos discursos conflitantes e da entrevista à Jovem Pan, parte do núcleo bolsonarista que apoiava Mandetta passou a criticá-lo, reduzindo a impressão positiva sobre seu trabalho no combate ao coronavírus, passando para 52% entre 4 e 7 de abril.

Ainda de acordo com a pesquisa, bolsonaristas também passaram a produzir ataques a Mandetta nas redes sociais, principalmente no WhatsApp. Os principais debates são sobre a troca do atual ministro pelo deputado e ex-ministro Osmar Terra, defensor do isolamento apenas para os grupos de risco.


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