E os jovens mortos em Paraisópolis foram homenageados com um grande baile funk

    O que muita gente se perguntava era o que aconteceria com o baile da DZ7 – que gera emprego e diversão para alguns e tira o sono de outros – daqui para a frente.

    “Que mundo é esse tão cruel que a gente vive? A covardia superando a pureza.”

    Foi cantando repetidamente o trecho da música “Espera Eu Chegar”, do MC Kevin o Chris, que milhares de pessoas participaram, na madrugada deste sábado (7) para domingo (8), do baile em homenagem aos nove jovens mortos em Paraisópolis no fim de semana anterior.

    Comerciantes da rua em que acontece o baile da DZ7, onde aconteceu a tragédia e onde foi realizada a homenagem, cuidaram da organização do evento e produziram camisetas escritas “Paraisópolis pede muita paz - LUTO”. Foram confeccionadas 100 peças, todas distribuídas entre comerciantes e moradores da comunidade.

    Os nove jovens morreram pisoteados em um baile funk na favela, a segunda maior de São Paulo, após um tumulto provocado por uma ação policial.

    Após as 21h deste sábado (7), quem chegasse às duas principais vias de acesso à favela, a avenida Hebe Camargo e a Giovanni Gronchi, encontrava policiamento reforçado.

    Frequentadores ouvidos pelo BuzzFeed News se disseram assustados com os últimos acontecimentos, mas disseram que as cenas que viralizaram, com policiais agredindo pessoas no baile, não chegaram a surpreender.

    “A polícia entrava aqui pra jogar bomba e acabar com o baile direto, mas dessa vez eles vieram na maldade. Dá pra imaginar nove pessoas morrerem depois de uma ação da polícia em qualquer área nobre da cidade? A gente não tem menos valor que ninguém não”, disse um dos presentes no baile, que pediu para não ter o nome publicado.

    A homenagem contou com a presença do padre Luciano Borges, da paróquia São José, que à tarde havia sido responsável pela missa de 7° dia dos mortos na tragédia. Durante o baile, os frequentadores fizeram um minuto de silêncio e rezaram para os nove jovens.

    Quem já frequentou os bailes de Paraisópolis dizia que eles não estavam cheios nesse sábado, muito por conta do medo com o que aconteceu na última semana. No entanto, mesmo com o luto, a festa foi até depois das 6h, com um público bem animado.

    O que muita gente se perguntava era o que aconteceria com o baile – que gera emprego e diversão para alguns e tira o sono de outros – daqui para a frente.

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