O senador licenciado e ex-governador do Ceará, Cid Gomes (PDT-CE), foi baleado nesta quarta-feira (19) em Sobral, no Ceará.
Cid foi atingido por dois tiros quando tentava invadir, com uma retroescavadeira, um batalhão ocupado por policiais militares que reivindicam reajuste salarial. Segundo a assessoria do senador, ele não corre risco de morte.
Cid estava na cidade porque disse que queria ajudar a "resolver" a situação da PM paralisada. Mais cedo, homens encapuzados em viaturas da PM ordenaram que comerciantes de Sobral fechassem seus estabelecimentos.
A confusão vem desde dezembro de 2018, policiais e bombeiros militares – que não têm direito a greve – vem reivindicando um reajuste salarial, inclusive realizando protestos na Assembleia Legislativa.
Em janeiro, o governo do estado propôs um reajuste, que foi rejeitado pela categoria. No mês seguinte, o governo fez uma nova proposta, que dessa vez foi aceita. No entanto, um grupo de militares ainda não estava satisfeito. O Ministério Público do Estado recomendou à PM que impedisse os movimentos grevistas.
A partir de então, pessoas mascaradas passaram a invadir batalhões e esvaziar pneus de viaturas pelo estado. Na noite da última terça-feira (18), 3 PMs foram presos ao tentarem secar pneus de viaturas em um batalhão da capital, Fortaleza.
Em Sobral, cidade da qual Cid já foi prefeito, a situação era crítica. Nesta quarta-feira, após o ato dos homens encapuzados no centro, Cid informou no seu Twitter que estava a caminho da cidade para oferecer ajuda "como cidadão".
Ao chegar no local, Cid discursou dizendo que "quem tem o direito de andar armado não pode fazer greve".
Na sequência, utilizando uma retroescavadeira, ele tentou entrar num quartel da policia militar que estava ocupado por PMs. Foi nesse momento que o senador foi atingido.
Um vídeo, publicado pela página "O Sobralense", mostra Cid, com uma camiseta manchada de sangue e consciente, entrando em um carro enquanto pessoas gritam: "Você é um herói, Cid!"