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"Aquele convite que você fica constrangido mas diz 'ah, vamos lá prestigiar'", diz Moro, padrinho de Carla Zambelli

Quem nunca?

O ex-ministro da Justiça Sergio Moro classificou o convite (aceito) para ser padrinho de casamento da deputada Carla Zambelli (PSL-SP) com coronel da PM cearense Aginaldo de Oliveira, como "constrangedor".

"Eu pouco conheço a Zambelli. Essa questão do padrinho de casamento foi aquele tipo de convite que você fica um pouco constrangido [e diz] 'ah, vamos lá prestigiar e tal', mas eu não tenho relacionamento pessoal próximo, nunca tive, com a deputada", disse o ex-ministro em entrevista à Rádio Gaúcha nesta quinta (11).

Em fevereiro, o padrinho Moro dançou com a noiva "La Vie en Rose", clássico da chanson française, e até discursou, chamando-a de "guerreira". O noivo, que foi subordinado de Moro no Ministério da Justiça, chefia a Força Nacional de Segurança.

As rusgas entre a noiva deputada e o seu padrinho (não existe ex-padrinho na língua portuguesa) começaram logo depois que Moro deixou o governo acusando o presidente Jair Bolsonaro de interferir na Polícia Federal e de tentar barganhar com ele uma vaga no Supremo Tribunal Federal.

No mesmo dia em que Moro se demitiu, o Jornal Nacional estampou trecho de uma troca de mensagens em que a deputada escreveu: “Por favor, ministro aceite o [Alexandre] Ramagem [no comando da PF] e vá em setembro para o Supremo Tribunal. Eu me comprometo a ajudar a fazer Bolsonaro prometer”.

Moro respondeu: “Prezada, não estou à venda”.

Ursada de padrinho à parte, a troca de mensagens integra hoje o inquérito que corre no Supremo Tribunal Federal que investiga se o presidente abusou do poder ao interferir na Polícia Federal.

Não ficou por isso mesmo. Zambelli mudou a visão que tinha sobre o seu ex-herói (ex-herói existe no vernáculo). No mês passado, também à Rádio Gaúcha, a deputada acusou o ex-juiz da Lava Jato de perseguir o PT e poupar o PSDB durante o petrolão – argumento, aliás, muito invocado por petistas.

Hoje, na Rádio Gaúcha, Moro respondeu à deputada sobre o que seria um viés tucano: "Essas questões que a Lava Jato teria sido politicamente orientada, isso é um discurso de muitas pessoas, o velho álibi da perseguição política, não me reporto ao que diz a deputada em questão. A Lava Jato atingiu muitos políticos que integravam a coalizão governamental na época dos crimes", disse Moro.

"Falam muito que protegia o deputado Aécio. Tudo que apareceu do deputado Aécio, do PSDB, encaminhamos pro Supremo. Falam em redes sociais: 'é mas não condenou o Aécio'. Nós nunca tivemos jurisdição para julgar o Aécio [que era senador e tinha foro privilegiado]", disse Moro.

Na entrevista, o ex-ministro afirmou que não deixou o governo para ser oposição e que ainda não pensa, nesse momento, em uma candidatura a eleição.

"Acho totalmente absurdo pensar em 2022 quando temos tantos problemas em 2020. O que penso é que precisamos criar mais convergência com dialogo e tolerância do que viver nesse clima de guerra permanente. Isso destrói o país".

Após a repercussão, Carla Zambelli foi ao Twitter e postou uma montagem com trechos da entrevista de Moro e do vídeo do casamento, com o ex-juiz discursando. "O duro agora são os álbuns, que não se editam", disse a deputada.

Te ouvindo e vendo depois este vídeo dá pra notar o constrangimento, mesmo! Há os mentirosos e há os cínicos. Em qual das opções @SF_Moro se encaixa? Da nossa parte era verdadeiro, Prezado. O duro agora são os álbuns, que não se editam. Mas sempre fica o aprendizado.


A entrevista completa está disponível neste link:




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