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O dono do Terça Livre se recusou a dizer de onde tirou que Glenn infartou por causa de cocaína

"Sim, nos veremos na Justiça", disse o deputado David Miranda, marido de Glenn, na CPI das Fake News.

O youtuber bolsonarista Allan do Santos usou hoje (5), em seu depoimento na CPI das Fake News, a garantia constitucional do sigilo da fonte para não falar sobre a fake news publicada por seu site Terça Livre que dizia que o jornalista Glenn Greenwald, do Intercept Brasil, havia infartado por overdose de cocaína.

O texto, assinado por Allan, foi publicado em julho no Terça Livre.

No mês anterior, o Intercept Brasil havia dado início à publicação das reportagens da chamada Vaza Jato, reproduzindo mensagens trocadas pelo aplicativo Telegram entre o então juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, e membros da força-tarefa da Lava Jato. As mensagens foram vazadas para o Intercept por fonte mantida no anonimato.

"Sobre a questão do Glenn, todo jornalista tem prerrogativa constitucional de sigilo de fonte", disse Allan, convocado para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News por requerimento do deputado federal Rui Falcão (PT-SP).

"E, como o Glenn não está aqui [na CPMI] e não quis me procurar em juízo para me processar sobre, creio que aqui não é o ambiente para responder essa pergunta. Eu, como jornalista, noticiei o que a fonte me disse, se ele acha que é mentira, ele que use os meios [jurídicos]. O único que tem legitimidade a requerer esclarecimentos em juízo não o fez", afirmou Allan.

Na época da publicação do texto da internação, o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ), marido de Glenn Greenwald, postou um vídeo no Twitter que mostrava o jornalista do Intercept em casa, lendo na cama.

Em outro ponto do depoimento de Allan, David Miranda voltou a questioná-lo sobre o caso. "Se for fake news, comprovaremos na Justiça", disse Allan. "Sim, nos veremos na Justiça", retrucou o deputado.

"Todos nós sabemos da crise intelectual que o Brasil vive hoje, sobre a capacidade de ler e entender, o nível de analfabetismo funcional", disse Allan. "Estamos imersos num lamaçal de deserto de ideias, pessoas que não sabem ler ou escrever. Quando noticiamos algo que outra pessoa diz, se atribui ao site. Isso é matar a imprensa."

Os deputados também questionaram Allan sobre as fontes de renda dele e de seu site e sobre um possível vínculo financeiro com o governo Bolsonaro. Allan exibiu alguns boletos e disse que liberaria a quebra do seu sigilo fiscal, bancário e telefônico. Pouco depois, porém, recuou.

"Eu só gostaria de ter resguardado o direito de que quem acusa tem o ônus da prova. O site da Transparência, graças ao avanço do governo Bolsonaro no âmbito digital, é fácil acessar, qualquer pessoa pode procurar o CNPJ da minha empresa. Eu quero que apresentem a prova para quebra de sigilo. Querem me acusar sem nenhuma prova", disse.

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