José Paulo de Andrade, 78, nasceu em São Paulo, no dia 18 de maio de 1942.
Começou a trabalhar em rádio no ano 1960, na rádio América, do grupo Bandeirantes, como rádio escuta. Em 1963, foi contratado para trabalhar na área esportiva da Rádio Bandeirantes.
Dos 60 anos como profissional de rádio, 57 anos da sua carreira foram na Rádio Bandeirantes.
“Sempre foi um sonho trabalhar com rádio. Nasci pra isso”, disse Zé Paulo, em entrevista à BandNews.
Como repórter esportivo da rádio Bandeirantes, no dia 19 de novembro de 1969, ele esteve no Maracanã e acompanhou de perto o milésimo gol de Pelé.
Além de reportar, ele também narrou partidas de futebol pela Bandeirantes.
José Paulo de Andrade era torcedor do São Paulo.
Em 1973, assumiu o recém criado "Pulo do Gato", programa matinal que revolucionou o rádio brasileiro, trazendo informação às 5h30 da manhã e contando com a participação do público, com o quadro "Boca no Trombone".
O profissional acumulava diversas funções na rádio e na TV, no esporte e no jornalismo geral. Em 1977, decidiu sair do esporte. Um dos fatores foi a ditadura militar que vigorava a época. "Se usava muito esporte para desviar de coisas importantes", disse.
Ao relembrar de críticas ao regime militar, José Paulo de Andrade relembrou um comentário que fez após a morte do chileno Salvador Allende, em 1973, após ser deposto da presidência do país pelos militares. "Que risco poderia oferecer um médico diante de um exército?".
Outra marca registrada na carreira do radialista foi o programa "Jornal Gente", iniciado em 1978, que ele apresentou por mais de 30 anos ao lado de Salomão Ésper.
Um dos apelidos de Zé Paulo é "Canhão do Rádio", pelo seu alcance.
Em 2018, o jornalista Cláudio Junqueira lançou o livro "O Pulo Do Gato: Esse Gato Ninguém Segura", que conta bastidores de 45 anos do programa.
Há dois anos, ele enfrentava um enfisema pulmonar. Desde o dia 7 de julho, José Paulo de Andrade estava internado no Hospital Albert Einstein com o diagnóstico de coronavírus. Ele morreu nesta sexta.