Ex-ministro da Fazenda nos governos de Lula e Dilma, Guido Mantega fez um acordo com o Ministério Público Federal em Brasília para evitar sua prisão na investigação que apura se houve favorecimento do BNDES nos investimentos bilionários da JBS, do empresário Joesley Batista.
Segundo o BuzzFeed News apurou, o acordo já foi assinado com o procurador Ivan Marx e está pendente de homologação pelo juiz Ricardo Leite, da 10a Vara Federal em Brasília.
Pelo acerto, Mantega se compromete a colaborar com a investigação, com a entrega de documentos e, se necessário, abrindo seu sigilo. Em troca, ele evita a prisão durante a investigação.
Sob o nome de “termo de ciência e compromisso”, esse acordo NÃO é uma delação, uma vez que ele não admite crimes.
Como o BuzzFeed News revelou, o empresário Joesley Batista disse em seu depoimento que fez pagamentos a pessoas ligadas a Mantega e que o apoio do ex-ministro foi decisivo para viabilizar os negócios do BNDES.
Esse é o segundo movimento que Mantega faz para evitar a prisão. À Justiça, ele já admitiu que, quando era ministro mantinha uma conta secreta na Suíça, com US$ 600 mil que ele diz ter recebido da venda de um imóvel herdado do pai. (SIm, um ministro da Fazenda que sonegava imposto).
Mantega chegou a ter a prisão determinada na Lava Jato pelo juiz Sergio Moro, mas foi revogada no mesmo dia em razão do estado de saúde da mulher do ex-ministro.
Desde então, Mantega teme levar o mesmo destino dos colegas de partido José Dirceu e Antonio Palocci.
A delação da JBS e as investigações no BNDES fizeram o ministro acelerar o acordo com o Ministério Público para escapar da prisão.