O ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) José Maria Marin, 85, pediu na noite desta segunda-feira (22) um novo julgamento nos Estados Unidos — ou que ele seja absolvido.
Marin foi condenado pelo júri de uma corte de Nova York pelos crimes de fraude e por cobrar propina em troca de contratos. Ele aguarda, já na prisão, a Justiça declarar quanto tempo ele ficará preso. A juíza Pamela Chen já indicou que a pena deve passar de dez anos de prisão.
Marin é acusado de receber US$ 6,5 milhões em propina em troca de contratos de transmissão. O julgamento acontece nos Estados Unidos porque, segundo a acusação, parte dos valores passou por uma conta em Nova York, o que é considerado crime federal nos Estados Unidos.
O recurso por um novo julgamento é medida comum e, na maioria dos casos, não impede o juiz de proferir a sentença final.
Um dos argumentos da defesa do ex-presidente da CBF é que, no Brasil, não há o crime de corrupção privada — a defesa reclama que não pode tratar disso com o júri. Além disso, os advogados de Marin dizem que não há provas de que os contratos foram assinados pelo cartola em razão de pagamentos das empresas.
Diz a peça enviada à Justiça americana:
"Em resumo, nenhuma testemunha mostrou qualquer tipo de acordo com Marin para receber benefícios em troca de um ato oficial. Nenhuma testemunha, documento ou gravação demonstrou que Marin abusou de sua posição no futebol para exercer pressão em outras autoridades do futebol para cometer um ato oficial em troca de benefícios."
No processo, além do depoimento de delatores, Marin aparece em uma gravação tratando de dinheiro relacionado a campeonatos.