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Esquerda repudia trio elétrico com apoio de Israel na Parada LGBTQ, e cônsul critica "hipocrisia"

O DJ israelense Micky Friedman foi trazido para se apresentar na Parada deste domingo. PSOL soltou nota de repúdio contra a participação de Israel no evento.

A estrela de David está pintada com as cores do arco-íris no peito de dezenas de pessoas que acompanham neste domingo (3) a Parada do Orgulho LGBTQ, na avenida Paulista.

O governo de Israel apoiou um trio elétrico pela primeira vez, e convidou um grupo para comemorar o evento ao som de um DJ israelense, vestindo uma camiseta desenhada pelo estilista Alexandre Herchcovitch.

A iniciativa, que foi feita em parceria com a Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil e a Accor Hotels, tem como intuito estreitar as relações da Parada paulistana com a de Tel Aviv, que acontece na próxima sexta, 8 de junho.

A festa do grupo começou às 9h do domingo, com um brunch em um hotel da Vila Mariana. O DJ israelense Micky Friedman foi trazido para se apresentar no evento — ele também toca no trio Canibal durante a Parada.

A iniciativa foi criticada por partidos de esquerda, como o PSTU e PSOL — o último emitiu uma nota de repúdio à participação de Israel no evento.

Diz o texto: “Nós, da Setorial LGBT estadual do PSOL/SP, repudiamos a presença Estado de Israel, através de seu consulado, na 22ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo pois o país pratica uma política notoriamente de Apartheid e genocida contra o povo palestino. É inadmissível um evento que diz celebrar o amor, a igualdade e a diversidade aceite o apoio e a presença de um estado racista que vem invadindo as terras e massacrando todo um povo há 70 anos, com um bloco próprio chamado Tel Aviv Israel”.

Ativistas sem ligação a partidos também se opuseram à participação do país no evento brasileiro. “Não é possível ser progressista nos direitos de um grupo, que são os LGBTQs, ao mesmo tempo que não se reconhecem os direitos fundamentais de outros seres humanos, no caso, os palestinos. Acho contraditório que participem da parada”, disse Renata Lee, ativista queer.

“Esses partidos apoiam o Irã”

“É absurdo, é até hipócrita”, disse ao BuzzFeed News Dori Goren, cônsul-geral de Israel em São Paulo. “Eles ficam furiosos porque Israel promove a imagem de país liberal, o que é verdade.”

O cônsul afirmou que a diversidade pode ser constatada pelo fato que há generais homossexuais e políticos da comunidade LGBTQ no país. “Israel é um Estado que respeita a diversidade. Não importa a religião o gênero a raça. É o único país do Oriente Médio que não tem nenhum tipo de punição para essa comunidade.”

Para Goren, os setores que criticaram a participação de Israel no evento muitas vezes apoiam outros países que desrespeitam os direitos civis. “Esses partidos apoiam o Irã, que é o país que mais condena pessoas à morte no mundo. E muitas dessas pessoas são homossexuais.”

A Parada LGBTQ de Tel Aviv leva 50 mil turistas para a cidade por ano, e já tinha ações de divulgação em outras paradas, como Nova York, Berlim e Paris.

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