Thomas Martins adorava comemorar seu aniversário.
"Com meses de antecedência, ele sempre nos lembrava de seu aniversário", disse Rudy Reitz, padrasto de Thomas, ao BuzzFeed News. "Daí, de repente, tudo aconteceu, e estávamos tentando fazer o nosso melhor para tranquilizá-lo de que teríamos algum tipo de festa de aniversário."
"Mesmo quando eu estava com ele no hospital, ele perguntava sobre seu aniversário, e eu lhe dizia: 'Não se preocupe. Nós vamos dar um jeito. A gente vai sair daqui, e você terá sua festa de aniversário.'"
Thomas morreu de COVID-19, a doença causada pelo novo coronavírus, em 6 de abril, no dia em que completou 30 anos.
Isso foi apenas nove dias depois que sua mãe, Carolyn Martins-Reitz, morreu da mesma doença.
"Eles eram tudo um para o outro", disse Rudy. "A vida inteira dela girava em torno de garantir que Thomas fosse saudável, amado e permanecesse ativo."
Thomas, que tinha síndrome de Down, nunca saiu do hospital, mas recebeu uma última festa de aniversário. Desde criança, ele frequentava a Felician School, que atende alunos com necessidades especiais. Até adoecer, ele fazia parte do programa para maiores de 21 anos da escola. Após a morte de Carolyn, foi a família da escola que interveio para dar a Thomas uma última festa de aniversário.
Os funcionários da escola enviaram um bolo de aniversário e um monte de pizzas ao hospital. Eles também criaram um bate-papo por vídeo para todos os seus amigos da escola cantarem "Parabéns pra você".
"As enfermeiras levaram a TV para o quarto, e umas 20 pessoas cantaram parabéns para ele com um bolo", disse Rudy. "Ele faleceu pouco tempo depois disso, e uma das últimas coisas que seu subconsciente ouviu foram as pessoas cantando 'Parabéns pra você' para ele".
Carolyn Martins-Reitz era um membro ativo de sua comunidade em Kearny, Nova Jersey.
Além de apoiar pessoas com síndrome de Down e de criar dois filhos, Thomas Martins e Sharon Reitz, ela era um membro ativo de sua igreja, a Igreja Católica Romana de St. Casimir, no bairro Ironbound de Newark. Ela era presidente da Rosary Society, Thomas e Sharon eram coroinhas, e Rudy era porteiro. Carolyn também trabalhou como designer gráfica para a Arquidiocese de Newark.
Ela tinha muita coisa para fazer, mas sempre parecia administrar tudo com um grande sorriso, disse Joni Forte-Lewin, uma amiga desde a infância.
As duas cresceram como se fossem irmãs depois que Carolyn se tornou vizinha de Joni, quando estavam no ensino fundamental. Thomas era afilhado de Joni.
"Todos os amavam", disse Joni, que criou um GoFundMe para ajudar a família a cobrir as crescentes despesas. "Thomas era uma luz grande e brilhante, como sua mãe. Eles eram pessoas simplesmente adoráveis."
"A parte mais difícil é: não posso entrar no meu carro, dirigir até a casa deles e lhes dar um grande abraço. E isso é o que eu mais queria poder fazer. Então, eu estou meio que pulando nas paredes aqui, e o GoFundMe me ajudou a canalizar minha energia", acrescentou Joni. "Mais que tudo, quero que Rudy e Sharon fiquem sem nenhuma dívida, para que possam seguir em frente sem ter que se preocupar com nada. Esse é o meu principal objetivo. Não quero vê-los mergulhados em dívidas para sempre."
Rudy Reitz e sua filha, Sharon — que se formará na "alma mater" de sua mãe, a Escola de Artes Visuais da Cidade de Nova York, em algumas semanas —, também testaram positivo para COVID-19. Mas ambos estão se recuperando bem.
"Por enquanto, estou só recolhendo meus pedaços emocionais, ficando com minha filha e criando laços", disse Rudy. "A luz no fim do túnel é que temos uma quantidade enorme de pessoas que se preocupam conosco: parentes, amigos e nossa comunidade da igreja."
Este post foi traduzido do inglês.