19 coisas que sua vagina gostaria que você soubesse

Vamos conversar sobre o que nossa amiga quer e precisa.

Kate Bubacz / Via BuzzFeed News

Nos últimos meses, surgiram vários produtos e procedimentos prometendo “melhorar” nossas vaginas, como lasers, ovos de cristal, coletores menstruais com bluetooth e exfoliação vaginal (chamada, em inglês, de "vajacial", algo como "um facial para a sua vagina"), só para citar alguns exemplos.

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No entanto, manter a vagina saudável não é tão complicado quanto essas novas tendências podem nos fazer pensar.

Então, o que podemos fazer para cuidar de nossas vaginas e vulvas?

Para saber, conversamos com duas especialistas: Mary Jane Minkin, professora clínica de obstetrícia, ginecologia e ciências reprodutivas na Faculdade de Medicina da Yale (EUA); e Alyssa Dweck, obstetra, ginecologista e autora do livro "The Complete A to Z for Your V" (“Guia Completo de A a Z para sua V”, em tradução livre).

1. Faça menos.

Channel 4 / Via giphy.com

Você provavelmente já leu sobre algumas coisas que, supostamente, podem fazer bem para sua vagina — de supositórios de ácido bórico a "pérolas" de ervas detox.

No entanto, segundo as especialistas, quanto menos você "fuçar" lá embaixo, melhor. "A vagina é como um forno autolimpante e tem suas próprias formas de manter um pH ácido para manter as coisas equilibradas e prevenir infecções", disse Dweck ao BuzzFeed.

Portanto, sua vagina — o canal muscular interno entre seu útero e o mundo exterior — deve ser deixada em paz. "Fazer muita coisa lá pode, na verdade, desregular o pH ou matar a flora bacteriana natural que nos mantém saudáveis", disse Minkin.

Claro, se há um problema, você deve procurar um médico, mas não precisa utilizar supositórios especiais ou limpar sua vagina com vapor para ficar saudável. Confie que sua vagina fará sua parte.

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2. Diga adeus à ducha higiênica.

Sério, chega de ducha. Como já dissemos, a vagina se limpa sozinha — então você não precisa enchê-la com água, vinagre ou qualquer outra coisa, explica Minkin. Aquela secreção que aparece na sua calcinha pode ser chata, mas não é sinal de falta de limpeza. A secreção é uma resposta corporal normal e saudável.

Além disso, as duchas costumam fazer mais mal do que bem. "As duchas podem acabar com as 'bactérias do bem' e os lactobacilos – que queremos que fiquem lá embaixo para manter nosso pH equilibrado", diz Minkin.

A vagina pode ser autolimpante, mas sua vulva — a parte externa de sua genitália, que inclui os lábios — precisa ser lavada.

Bactérias e esmegma (um acúmulo de óleos e pele morta) podem se esconder nas dobras de sua vulva, e por isso você precisa limpá-la de vez em quando.

Porém, há um jeito correto de fazer isso. "Ao lavar a vulva, só utilize as mãos e algum sabonete bem suave. Não precisa esfregar o local com bucha ou toalhinha”, explica Dweck.

E, se não tiver sabonete, só água pura já será suficiente.

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4. Opte por um sabonete suave e sem fragrância.

Achim Sass / Getty Images / Via gettyimages.com

Sabonetes perfumados podem causar irritações ou reações alérgicas na vulva. "Estamos falando do tecido mais sensível do corpo, então, quanto menos perfumes e produtos químicos, melhor", diz Minkin.

As especialistas sugerem um sabonete suave, sem fragrância (não confundir com aqueles sem perfume, que ainda podem conter fragrâncias mascaradas), como um sabonete simples de glicerina. Guarde o gel de banho esfoliante com perfume de maçã para as axilas e o resto de seu corpo.

5. Ensaboe lá embaixo uma vez por dia no máximo.

Você pode tomar banho mais de uma vez por dia, mas não precisa, necessariamente, ensaboar os lábios todos as vezes também.

"A limpeza excessiva da vulva pode tirar da pele os óleos naturais que a protegem", diz Dweck.

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6. Não seque a vulva esfregando uma toalha nela.

As mesmas regras de lavagem se aplicam quando você seca sua vulva: não esfregue uma toalha para frente e para trás lá embaixo — provavelmente é demais para o delicado tecido da vulva. "Você só precisa tocar gentilmente a área a secar com uma toalha limpa", diz Minkin.

Se sua vulva está dolorida ou irritada, Minkin aconselha o uso de um secador no ajuste frio ou no mínimo do quente, segurando-o a 30 centímetros de distância. "O ar pode acalmar e secará a vulva sem a necessidade de esfregá-la", diz Minkin.

7. Se você tiver banheira em casa, vá com calma com as bombas de sal de banho e imersões perfumadas.

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Sua vulva e vagina não gostam nem um pouco de ficar imersas em um banho de espuma. "Isso pode desestabilizar o pH da vagina, o que pode te deixar mais suscetível a irritações ou infecções", explica Minkin.

Limite os banhos de espuma a um ou dois por mês e definitivamente não utilize bombas de banho se já estiver com comichão ou dores lá embaixo. Além disso, "fique de olho se houver irritações após banhos de banheira", diz Dweck.

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8. Fique longe de absorventes internos e externos que prometem disfarçar odores.

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Primeiro, o sangue menstrual não precisa ter certo cheiro ou ser mascarado por perfumes. Segundo, absorventes internos e externos que disfarçam odores estão cheios de fragrâncias que você não quer perto do sensível tecido da vulva ou de sua vagina.

"Os absorventes internos perfumados podem desequilibrar a vagina e causar irritações ou reações alérgicas. Opte por produtos sem fragrância", diz Dweck.tenha fragrância.

9. Cuide para que seus outros produtos de higiene não estejam causando nenhum problema.

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Sua genitália pode ficar irritada por vários motivos, então não conclua que você tem uma infecção por fungos quando começar a coceira.

"Uma grande causa de irritação na vulva é a alergia ou sensibilidade a ingredientes de produtos que usamos todos os dias", diz Dweck.

Esses produtos incluem sabonetes, loções, cremes de depilação, sprays, detergentes de roupa e qualquer outra coisa que entre em contato (direta ou indiretamente) com sua vulva ou vagina. O que você usa para limpá-la também é importante.

“Cuidado com os lenços umedecidos — os produtos químicos neles podem deixar a pele com uma irritação que dá coceira da vulva ao ânus”, diz Dweck. Para ficar tranquila, escolha produtos sem fragrância e com menos ingredientes. Guarde a loção chique de limão e verbena para as pernas e os braços.

Se sua irritação na vulva é decorrente de uma alergia, isso pode exigir tempo, paciência e um teste de alergia para descobrir quais ingredientes você precisa evitar — seu ginecologista pode te ajudar a descobrir isso.

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10. Livre-se das calcinhas desconfortáveis e apertadas demais.

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Sabe aquelas calcinhas bastante desconfortáveis que não servem direito e estão no fundo da gaveta, para usar só numa hora de desespero? É hora de jogá-las fora, junto com todas as outras que não servem direitinho.

Minkin recomenda calcinhas de algodão ou com forro de algodão. O estilo — fio dental ou não — não importa, desde que seja confortável e de um tecido poroso.

“Se sua vulva e vagina não pegarem nenhum ar, você fica mais propensa a infecções fúngicas”, diz Minkin. Os fungos se desenvolvem em lugares quentes e úmidos, por isso vestir calcinhas sufocantes o dia todo não é boa ideia.

11. Aceite o ~aroma natural~ de sua vagina.

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A maioria das pessoas tem um aroma vaginal único que varia com o ciclo menstrual e a dieta alimentar, diz Dweck. Isso é algo totalmente normal e não há motivo para vergonha.

Não use perfumes ou sprays em sua vulva, pois eles podem ser muito irritantes.

Obviamente, se você tem um odor vaginal muito ruim ou acompanhado de sintomas, como coceira, consulte o médico.

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12. Previna os pelos encravados lá embaixo em vez de removê-los.

Flo Perry / Via buzzfeed.com

Os folículos dos pelos pubianos podem ficar entupidos e infectados (foliculite), fazendo aparecer algo que parece uma espinha. Às vezes isso acontece por azar mesmo, mas há algumas coisas que você pode fazer para ajudar a preveni-los.

Dweck aconselha que a depilação seja feita com uma lâmina nova e limpa e que ela seja substituída a cada uma ou duas semanas. Se preferir cera, vá para um lugar com boa reputação e gentilmente esfolie a região pubiana antes do procedimento.

Outra dica é evitar ficar sentada por aí com a roupa suada da academia por muito tempo, que pode manter bactérias na região pubiana.

Pode até ser gostosinho tirar uma espinha ou arrancar um pelo encravado, mas não faça isso. Romper a pele lá embaixo pode deixá-la mais suscetível a infecções, diz Dweck. Resista ao desejo de apertar e use compressas quentes — na maioria dos casos, o folículo piloso inflamado sairá por conta própria. E se algum inchaço não desaparecer, vá ao ginecologista.

13. Comece a monitorar sua vulva para ver se surgem pintas ou marcas.

Sua vulva pode estar sempre protegida do sol, mas isso não é garantia contra o câncer de pele ou outros problemas lá embaixo. Monitore regularmente sua vulva e a pele ao redor dela utilizando um espelho.

“Veja se há alguma pinta nova, marca ou protuberância cutânea. Fique atenta se houver um ferimento sempre descascando ou sangrando”, diz Dweck. Vá a um dermatologista se notar algo de estranho.

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14. Escolha o vibrador ou brinquedo sexual certo para a sua vagina.

Igor_avramchuk / Getty Images / Via gettyimages.com

A masturbação é uma válvula de escape sexual surpreendente e, além disso, faz bem para você! Os brinquedos podem ajudar a melhorar o prazer durante a masturbação e eles vêm em todos os formatos e tamanhos, para que você escolha o que é certo para sua anatomia vaginal única.

"O lugar do prazer máximo é o clitóris, mas muitas mulheres acham que há uma zona de prazer na superfície frontal ou na parte de cima frontal de seu canal vaginal", diz Dweck. Você pode encontrar esse lugar colocando o dedo e movendo-o para cima, em um movimento do tipo "venha aqui". Independentemente de qual seja o seu ~ponto~, encontre um bom brinquedo sexual e se divirta!

15. Encontre um lubrificante que te agrade e use e abuse dele nas preliminares e no sexo.

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"O lubrificante é subestimado e subutilizado", diz Dweck. Você deve estar bem lubrificada para o sexo, porque isso ajuda a prevenir fissuras dentro e ao redor da vagina.

A vagina se autolubrifica quando você está excitada, diz Minkin, mas às vezes não o suficiente (ela também pode ficar seca devido a coisas como hormônios ou medicamentos). É nessa hora que os lubrificantes são úteis.

Os lubrificantes não são todos iguais e você deve escolher o tipo certo para suas necessidades.

O lubrificante à base de água é a aposta mais segura, diz Dweck, porque os lubrificantes à base de silicone podem estragar brinquedos sexuais e os lubrificantes à base de óleo podem destruir os preservativos de látex.

Se você tem muita sensibilidade ou alergias, escolha um lubrificante com menos ingredientes e fique longe de coisas com fragrância e sabor.

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16. Se o sexo for sempre doloroso, não ignore — vá ao médico.

O sexo com penetração pode ser desconfortável às vezes. Se você tentou utilizar lubrificante e mudar de posição, mas o sexo ainda está doendo todas as vezes, é hora de procurar um médico para ver se tem mais alguma coisa acontecendo, diz Minkin.

Os problemas que podem tornar o sexo doloroso incluem infecções, secura vaginal, espasmos musculares ou até mesmo uma condição chamada vulvodinia, que causa dor crônica em torno da vulva. "Se a dor é profunda na sua pélvis, procure o seu médico imediatamente, porque pode haver um cisto ou fibromas”, diz Dweck. Em todo caso, o sexo não tem que ser uma experiência dolorosa.

17. Encontre uma ginecologista que você goste e converse com ela sobre tudo.

Maritsa Patrinos / Via buzzfeed.com

Sua ginecologista está lá para te ajudar e ajudar sua vagina. Encontre alguém com quem fique confortável, porque você precisará falar com ela sobre qualquer coisa e tudo que estiver acontecendo lá embaixo.

Consulte sua ginecologista pelo menos uma vez por ano, diz Minkin. Quando for para a consulta, lembre-se de anotar todas as suas dúvidas, até mesmo as que te deixam meio constrangida.

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18. E vá ao ginecologista em vez de ficar tratando por conta própria aquela "candidíase insistente".

Voyagerix / Getty Images / Via gettyimages.com

As infecções por fungos são muito comuns e não são motivo de pânico. Porém, se elas estão aparecendo com frequência, pode haver outro problema acontecendo lá embaixo.

“Quando se trata de infecção por fungos, as mulheres só se autodiagnosticam com precisão cerca de um terço das vezes", diz Minkin.

Pode ser uma alergia, vaginose bacteriana, tricomoníase ou outra IST — a única forma de saber é se você for a sua ginecologista para que ela faça o teste correto e trate o problema.

19. Ame seus lábios.

Há muitos procedimentos e cirurgias por aí prometendo rejuvenescer, apertar ou melhorar as coisas lá embaixo — mas isso não quer dizer que sua vulva precise de correções. De acordo com as especialistas, uma das melhores coisas que você pode fazer é parar de acreditar que sua vulva precisa ter uma aparência específica e parar de se comparar a outras pessoas ou imagens.

“Os lábios têm todos os formatos e tipos e todos são variedades do normal”, diz Dweck. Nunca é tarde demais para começar a demonstrar amor por seus lábios.

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A tradução deste post (original em inglês) foi editada por Luísa Pessoa.

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