Este relato de um cara daltônico que começou a enxergar as cores é legal demais
O Rafael Zacca fez um texto depois de usar óculos para daltônicos: "foi como nascer de novo pra algumas cores".
Primeiro, claro, ele falou sobre as cores: "As cores são uma coisa muito bonita. A gente não tem como entender. Mesmo com os óculos. Porque eles não consertam o nosso daltonismo. Mas usá-los diminui a limitação e muito. Foi como nascer de novo pra algumas cores".
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"A primeira coisa que me emocionou foi um flamboyant aqui perto de casa. Vi a árvore como se a visse pegar fogo. É muito intensa. O flamboyant não existia pra mim. Nasceu hoje".
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Inclusive, aqui ele entrou em detalhes sobre a emoção de quem viu um flamboyant: "Cor não dá vontade de chorar. Vontade de chorar dá quando você passa a ver detalhes que não via e os outros sempre viram e interagiram afetivamente a partir dele. Dói ver a beleza de um flamboyant não pela beleza em si, mas porque quando alguém dizia "que lindo!" você ficava perdido".
Eu, autor deste post que não tenho daltonismo, jamais imaginava juntar humor e cores assim: "As cores dão muita vontade de rir. Eu ri o dia inteiro na rua. Achei tudo muito engraçado".
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"As pessoas se vestem muito vibrantes, me fez rir muito. É o lado infantil da humanidade". Se parar pra pensar, não é que é isso mesmo?
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"Feira é a coisa mais absurda. As frutas são delícias visuais. Maçãs são realmente vermelhas, não só aquelas especiais. Peras são fofas. Entre as raízes, beterraba é um troço louco".
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Atenção aos adultos, temos aqui mais uma verdade bem verdadeira sobre cores e comidas: "Carne vermelha é vermelha mesmo, não é cinza. E linguiça é muito engraçada, é super rosada. Parece comida de criança".
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"A cidade não é cinza marrom e bege. É colorida. Mas nos detalhes". Até quem não é daltônico às vezes esquece esse ponto de vista.
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O Rafael também falou um pouco sobre os óculos para os daltônicos. "Funcionam bastante, inclusive em ambientes fechados. Basta ter luz. Dá pra ver filme. Mas tem uma conseqüência: pra mim que sou muito protan (deficiência forte com vermelho), ele compensa muito no vermelho".
E ele tem consciência de que não está vendo como alguém que não tem o daltonismo: "Tenho a impressão de que não estou vendo nem como 'normal' nem como daltônico com os óculos. É outra coisa".