Henrique explicou em dois minutos porque "viado" não é xingamento para ele

"O que eu quero é dar close, porque o close é o protesto".

O Henrique Marques explicou em pouco mais de dois minutos porque não liga de ser chamado de "viado" quando anda pela quebrada onde mora.

Henrique tem 21 anos, é estudante do último ano de Geografia e morou a vida toda no Jardim Conceição, em Osasco. O vídeo foi gravado na última edição do Slam Resistência, uma competição de "spoken word" (ou poesia falada) que acontece todo mês na Praça Roosevelt (e neste dia excepcionalmente rolou na Matilha Cultural devido ao mau tempo).

O recado é bem claro:

Reprodução / Via Facebook: slamresistencia

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Reprodução / Via Facebook: slamresistencia

Reprodução / Via Facebook: slamresistencia

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Reprodução / Via Facebook: slamresistencia

O BuzzFeed Brasil conversou com Henrique, que começou a fazer slam em março. Ele conta que seu primeiro poema nasceu de uma situação da vida real:

"Eu passava por uma rua em meu bairro em que os meninos sempre ficavam gritando em coro enquanto eu passava 'É menino ou menina?'. Um dia eu me irritei, encostei um deles na parede e fiz esse textão da vida real", ele disse.

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Henrique também pesquisa meios e guetos LGBT em São Paulo e percebe uma diferença crucial entre "dar pinta" na periferia e nos centros.

Erika Lopes/Acervo pessoal

Enquanto nos centros já existem ocupações do espaço pela comunidade LGBT, nas periferias as pessoas ainda se escondem. A solução seria sair do armário: "Dar pinta sim, sair de casa montado sim. Fortalecer os laços com os outros LGBTs do bairro e dos bairros próximos. E ocupar espaços públicos na periferia mesmo", resumiu ele.

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