As últimas 72 horas do Rio de Janeiro foram MUITO doidas
Enquanto Garotinho esperneava para não ir para a cadeia, chegada de Sérgio Cabral à prisão teve fogos, espumante e bombeiros cantando Beth Carvalho.
A chapa do RJ começou a esquentar na manhã de quarta (16), quando servidores do Estado do Rio fizeram um megaprotesto diante da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio).
Yasuyoshi Chiba / AFP / Getty Images
Os servidores protestavam contra a votação de um pacote de medidas impopulares lançado pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), como congelamento de salários de servidores, cortes em programas sociais e descontos nos vencimentos dos aposentados. O pacote tem o objetivo de conter os gastos do Rio, que está praticamente falido.
Grande parte dos manifestantes eram bombeiros e policiais. Segundo a organização, cerca de 20 mil pessoas participaram do protesto, que terminou em confronto com o Batalhão de Choque.
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A polícia jogou gás de pimenta na direção dos manifestantes e um grupo tentou invadir o prédio da assembleia, chegando a derrubar uma parte da barreira de grades que isolam o prédio do Palácio Tiradentes (antiga sede do Congresso e atual sede da Alerj).
No mesmo dia, o ex-governador Anthony Garotinho (PR) foi preso na operação "Chequinho", acusado de comandar um esquema de compra de votos.
Inácio Teixeira
O esquema teria ocorrido em Campos dos Goytacazes (RJ), sua base eleitoral. Rosinha Garotinho é prefeita da cidade.
Segundo as investigações, o esquema mais que dobrou o número de beneficiários do Cheque Cidadão, da Prefeitura de Campos, a partir de junho. O objetivo seria dar o benefício, que destina R$ 200 a famílias pobres, em troca de votos. De acordo com o Ministério Público, 11 vereadores eleitos foram beneficiados pela prática.
Assim que notícia da prisão dele chegou ao pessoal que protestava em frente à Alerj, deu para ouvir o coro: "Au au au, só falta o Cabral!", em referência a outro ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB).
Fernando Frazão/Agência Brasil
Pois bem: no dia seguinte, quinta-feira (17) Cabral foi preso pela operação Lava Jato, acusado de chefiar um grupo que desviou mais de R$ 220 milhões em contratos de obras do Rio.
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Adriana Ancelmo, esposa de Cabral, também foi presa.
O blog do Garotinho aproveitou para tirar onda com o antigo aliado.
No texto, a equipe do ex-governador faz um paralelo entre a situação dos dois políticos presos e dá a entender que Garotinho é alvo de perseguição por "dar Cheque Cidadão aos mais pobres".
Aliás, Cabral foi para uma unidade prisional que ele conhece muito bem: Bangu 8, que ele mesmo inaugurou quando era governador do Rio de Janeiro.
Reprodução/TV Globo
O mundo dá voltas, né?
A semana teve ainda proibição do Uber na cidade do Rio de Janeiro.
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Desde abril, serviço de transporte funcionava com liminar da Justiça. O prefeito Eduardo Paes tem até 15 dias para vetar o projeto.