Ator e mãe envolvidos na polêmica da nudez do MAM se juntam em peça no Festival de Curitiba
Eles e outros atores censurados em 2017 estrelam o espetáculo "Domínio Público" sobre censura e conservadorismo.
Se você estava vivo no ano de 2017, provavelmente se lembra desta imagem:
Reprodução/Globo / Via g1.globo.com
No dia 26 de setembro, um vídeo de uma garotinha tocando o pé do artista Wagner Schwartz durante uma performance no MAM de São Paulo viralizou e foi parar em jornais do Brasil e do mundo.
A interação da criança com o artista nu provocou revolta, atos contra o museu e até acusações de pedofilia contra Wagner Schwartz.
Reprodução/Estadão / Via Twitter: @EstadaoCultura
Wagner evitou aparecer publicamente depois que teve notícias falsas de sua morte espalhadas na internet e uma investigação aberta contra ele sobre crime de pornografia infantojuvenil. Em fevereiro, a investigação foi arquivada.
Agora, Wagner voltará aos palcos no Festival de Teatro de Curitiba na peça "Domínio Público" que reúne outros artistas que foram alvo de debates em torno da liberdade de expressão, censura e limites na arte.
Divulgação/MAM
Ao Blog do Arcanjo, os curadores do Festival, Marcio Abreu e Guilherme Weber, definiram a obra como “uma peça criada para refletir a onda de conservadorismo e intolerância que assolou o Brasil no ano de 2017”.
Quem também faz parte do espetáculo é a artista Elisabete Finger, que ficou conhecida como “a mãe do MAM” e sofreu diversas acusações por ter permitido que sua filha tocasse o tornozelo do ator.
Divulgação/Alessandra Haro / Via vejasp.abril.com.br
De acordo com a divulgação da peça, "os atores se colocam diante do público sem a intermediação de plataformas digitais, telas de computador ou telefones celulares" com o intuito de amplificar o que sabemos sobre aquilo que pensamos.
Quem se junta ao elenco é a atriz Renata Carvalho, travesti que interpreta Jesus na peça "O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu".
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A peça foi alvo por diversas vezes em 2017 de liminares tentando proibir sua apresentação.
Maikon K, artista que foi preso pela Polícia Militar do Distrito Federal enquanto realizava uma performance com nudez em Brasília, também se une ao elenco.
Tathy Yazigi/Divulgação
A apresentação de Maikon Kempinski foi interrompida pela Polícia Militar em julho de 2017, quando ele acabou detido e levado para a 5ª Delegacia de Polícia, onde precisou assinar um termo circunstanciado de ato obsceno.