O que seu "dedo podre" nos relacionamentos diz sobre você

A atração é instintiva, o que vem depois é com você.

O "dedo podre" não é obra do destino, nem é uma tragédia.

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Você sempre se apaixona por pessoas que visualizam suas mensagens e não respondem, acha só faz merda nos seus relacionamentos e se identifica com todos os memes do papel de trouxa. Você acredita firmemente que tem “dedo podre”.

Mas já que esse famoso dedo está na sua mão, por que não parar para pensar no que ele diz sobre você?

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O que te atrai nas pessoas pode ter a ver com a forma como você vê o mundo ou suas experiências anteriores.

Em entrevista ao BuzzFeed Brasil, a psicóloga Laiz Maria Silva Chohfi, pesquisadora do Departamento de Psicologia da Aprendizagem do Desenvolvimento da Personalidade da USP, disse que não é verdade que a gente não escolhe por quem se apaixonar. "Tem coisas que não necessariamente passam por um nível racional mas derivam do nosso histórico também”, diz.

Ela explica que quando você olha para uma pessoa e sente atração instintiva, isso também tem a ver com a forma com que você se relaciona com o mundo. “Não é exatamente racional, mas é uma escolha”, reforça Lais. Por exemplo, os casos das pessoas que se sentem inseguras e acabam se relacionando só com pessoas mais velhas.

A atração é instintiva, o que vem depois é com você.

A atração é pré-reflexiva, ou seja ocorre — ou melhor, estoura — antes da gente pensar conscientemente. Mas, como diz a psicóloga Laiz, “ao mesmo tempo os seres humanos são seres dotados de reflexão, portanto o desenrolar da história já é parte da nossa construção”.

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É importante aprender o que é uma pessoa "errada" para você.

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Não era amor, era cilada? Para Laiz, uma pessoa pode ser considerada "errada" para alguém por duas razões. “Ás vezes a gente se convence de que alguém não serve para nós porque a pessoa não está nos padrões da nossa família ou círculo social", diz, falando sobre os preconceitos que às vezes os outros nos impõem.

Já a escolha errada de verdade é a que nos causa sofrimento. "Mesmo que a pessoa corresponda a todos os padrões supostamente certos", diz Laiz.

Se perceber que está se repetindo algo que deu errado outras vezes, você pode parar e pensar a respeito.

Giphy

Para Laiz, precisamos ter um olhar crítico sobre a própria vida. “Se trata de tomar a vida para si e dizer ‘posso estar apaixonado, mas sou eu quem escolhe’”, diz.

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Às vezes um relacionamento que funcionou no passado pode não ser o ideal para o seu momento atual.

“Às vezes, na terapia de casal, as pessoas percebem que já se gostaram e foi bom estar juntos, mas agora não são mais a melhor escolha um para o outro”, conta a psicóloga Eliana Frigerio.

É hora de amassar e jogar fora o seu papel de trouxa.

É legal brincar com os memes, mas na vida real a baixa autoestima cria um círculo vicioso, te levando a pensar que alguém legal nunca vai te querer. "Você busca inconscientemente a confirmação disso, se relacionando com pessoas que, de fato, não são legais com você", explica a terapeuta de casal e família, Vera Masson Pugliesi.

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Você pode e deve não se contentar com o seu dedo podre se quiser mudar o seu caminho.

Em vez de apenas pensar “ah, eu tenho dedo podre”, podemos reconstruir nosso caminho e ver por que sentimos o que sentimos. É o que recomenda a terapeuta de casal e família Vera Masson Pugliesi: “Tem que sair do pensamento automático. Não é verdade que, com você, as coisas serão sempre daquele jeito”.

É preciso coragem para mudar um circuito de situações negativas.

Roy Lichtenstein / Pinterest

Às vezes o clique da mudança começa com uma decisão aparentemente pequena, como não mandar uma mensagem ou virar as costas para conversar com outra pessoa em vez de seguir pagando pau para quem não está te fazendo bem.

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Quanto maior a sua autoestima, maior a sua possibilidade de viver experiências diferentes entre si.

“É preciso você se aceitar para que comece a naturalmente a se apaixonar por pessoas diferentes", diz a psicóloga Eliana Frigerio. Por exemplo, há casos de pessoas com autoestima baixa que procuram alguém controlador por não conseguirem imaginar um relacionamento de igual para igual.

Para mudar seus padrões de relacionamentos, você precisa primeiro investir no seu autoconhecimento.

Benjamin A. Peterson / Getty Images

“É uma questão de tomar consciência do que a gente é, da nossa personalidade”, diz Eliana. Mas precisa ser um ato consciente, não pode ter preguiça de aprender sobre quem você é. “Se trata muito de aprender com a própria história”, concorda Laiz.

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O clichê antes só do que mal acompanhado existe por uma razão.

Eliana conta que, em sua experiência no consultório, muitos dos seus pacientes que nunca conseguem ficar sozinhos demonstram uma falta de autoconhecimento. E lembra que “ninguém precisa de outra pessoa para ser um ser humano completo, estar com alguém só vale a pena se for para te fazer feliz”.

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