Jucá cai apenas 5 horas depois de prometer ficar no ministério
É a segunda vez que o senador do PMDB tem de sair de um ministério por causa de um escândalo.
Acuado pelas gravações em que apareceu discutindo com um aliado como a posse de Michel Temer iria "delimitar" a Lava Jato, Romero Jucá concedeu entrevista coletiva na hora do almoço dizendo que suas declarações haviam sido descontextualizadas. ministério
Adriano Machado / Reuters
Ministro Romero Juca, do Planejamento, concedeu entrevista coletiva dizendo que suas frases haviam sido descontextualizadas e disse que não via razões para deixar o cargo.
Na coletiva, ele disse que a expressão deter a "sangria" dizia respeito à economia, não à Lava Jato. E ele então prometeu ficar no cargo...
Mas foi desmentido pela sua própria voz...
A Folha de S.Paulo, que havia revelado a existência dos diálogos, publicou os áudios em que Jucá conversa com o ex-presidente Sérgio Machado. A "sangria" citada era a Lava Jato, não a economia. Ouça aqui.
No final da tarde, Jucá anunciou que vai se "licenciar" do ministério do Planejamento. Na prática, ele deixa o governo e volta para o Senado.
Adriano Machado / Reuters
Romero Jucá anunciou que deixaria o ministério, em licença, menos de cinco horas após ter prometido ficar.
Caiu, então, um dos ministros mais importantes do governo Temer. Responsável por ajudar a elaborar as políticas para tentar estancar o déficit anunciado de R$ 170 bilhões.
Com isso, Jucá quebrou seu próprio recorde de pouca permanência em postos do Executivo.
Em 2005, ele durou menos de 120 dias no Ministério da Previdência de Lula. Foi abatido pelo episódio das fazendas fantasmas oferecidas, nos anos 1990, como garantia de empréstimo junto ao Banco da Amazônia.