11 museus brasileiros que respiram por aparelhos
Incluindo até o Inhotim, administrado pela iniciativa privada.
1. Museu Paulista, conhecido como Museu do Ipiranga - São Paulo (SP)
Reprodução USP / Via mp.usp.br
Em 2013 o museu teve de fechar as pressas para que uma tragédia semelhante à do Museu Nacional não acontecesse. O espaço de mais de 120 anos estava caindo aos pedaços, o forro do salão nobre, onde ficava o quadro Independência ou Morte (acima), estava prestes a desabar na cabeça dos visitantes. De acordo com o historiador Laurentino Gomes, vários ambientes estavam com pinturas rachadas e mofo. Quem administra o museu é da USP (Universidade de São Paulo), sob responsabilidade do governo estadual. O museu fica no Parque da Independência, de responsabilidade do governo municipal. Lá também estão a Casa do Grito, a Praça Cívica, o Monumento à Independência, o jardim e o riacho do Ipiranga. Os prédios e seus edifícios são tombados pelo governo federal, então todas as reformas necessitam de aprovação de todas as esferas do governo. Seis anos depois, as obras de revitalização do museu ainda não começaram, mas a promessa é de que a reinauguração aconteça em 2022. Fica a expectativa para saber se poderemos ou não comemorar os 200 anos da independência do Brasil.
5. Paço das Artes - São Paulo (SP)
Reprodução Jornal do Campus/ USP/ Laura Capelhuchnik / Via jornaldocampus.usp.br
Criado em 1969, a instituição trabalha com artes plásticas, visuais e multimídia e nunca teve uma sede definitiva para seu acervo. Ela já foi na Avenida Paulista, dividiu espaço com o MIS de São Paulo e estava na USP entre 1994 e 2016, em prédio do Instituto Butantan. Ela ocupava um espaço criado nos anos 70 para abrigar instituições artísticas, mas que nunca foi finalizado. Como foi totalmente abandonado pela universidade, atualmente é conhecido por "Esqueleto da USP". Em 2013 um estudante morreu em suas imediações. Atualmente, o Paço das Artes voltou ao MIS, num espaço de apenas 80 m², o que fez com que algumas de suas exposições acontecessem em outros lugares da cidade de São Paulo, como a Oficina Cultural Oswald de Andrade e no MAC-USP. De acordo com a Folha, entre o final de 2019 e o começo de 2020, a instituição deve ir para um casarão no bairro de Higienópolis, em São Paulo por pelo menos 20 anos. Ou seja, pode ser que depois precise mudar de endereço novamente.
8. Museu de Arte Moderna (MAM) - Rio de Janeiro (RJ)
Yasuyoshi Chiba / AFP / Getty Images
Com 70 anos de história, a direção diz que precisa de uma verba de entre R$ 6,5 milhões e R$ 7 milhões anuais para manter o museu, mas em 2017 conseguiu apenas R$ 3,8 milhões em 2017. Para resolver os problemas da crise, a direção do museu resolveu tomar medidas drásticas e vender o quadro N.º 16, de Jackson Pollock, parte do acervo do museu. A estimativa é conseguir R$ 80 milhões para um fundo com objetivo de salvar as contas da instituição.
10. Inhotim - Brumadinho (MG)
Nelson Almeida / AFP / Getty Images
Nem mesmo a iniciativa privada consegue manter de forma saudável e sem problemas um museu no Brasil. Um dos maiores museus de arte a céu aberto, Inhotim foi inaugurado em 2007, tem 23 galerias de arte, 23 obras de grande escala a céu aberto, além de coleção de botânica com mais de quatro mil plantas. Porém, seu dono, o empresário Bernardo Paz, e sua irmã foram condenados a prisão por lavagem de dinheiro e sonegação fiscal em 2017. Além disso, ele estava devendo quase R$ 500 milhões para o estado de Minas Gerais e repassou 20 obras do acervo para o governo em troca de um perdão de quase R$ 400 milhões na dívida, assim o estado de Minas Gerais passa a fazer parte de Inhotim para mantê-lo funcionando. Essa situação grave também causou demissões e crise na rede hoteleira da cidade mineira de Brumadinho.