Os ataques de apoiadores de Bolsonaro chegaram à comunidade asiática
Racismo é "exagero" até que ações de apoiadores radicalizados te lembrem que você também é minoria.
A pesquisa Datafolha de 10 de outubro, a mais recente a detalhar a questão racial, trouxe a informação que Bolsonaro venceria a eleição na comunidade amarela e ainda teria três pontos a mais em comparação com a votação geral.
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Uma contextualização histórica: durante a Segunda Guerra, após Getúlio Vargas declarar apoio aos Estados Unidos, imigrantes de países do eixo passaram a ser tratados como inimigos da nação.
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Eles, que antes disso já eram proibidos de se associar politicamente, publicar jornais ou falarem suas línguas maternas em público, foram obrigados a deixar suas casas da noite pro dia sob a suspeita de estarem trabalhando como espiões.
Para sobreviver, muitos passaram a apagar sua identidade e adotaram comportamentos de forma a não chamarem atenção, inclusive sobre suas posições políticas. Por esse motivo até hoje é comum que muitos amarelos adotem opiniões conservadoras e/ou que vão de encontro ao que pensa a maioria.
O livro "Corações Sujos", de Fernando Morais, relata com detalhe o que imigrantes japoneses viveram no país durante e após o final da segunda guerra.
Bolsonaro algumas vezes já se referiu a asiáticos de forma positiva, mas principalmente com o intuito de justificar o racismo contra negros.
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Apesar de qualquer racismo que asiáticos possam vir a sofrer, nós somos lidos como brancos e admitidos em espaços relegados a eles de uma forma que não acontece com pessoas negras.
Mas, desde o final do primeiro turno, começaram a circular nas redes sociais relatos de ataques de apoiadores do Bolsonaro à comunidade asiática.
Em um dos comentários um apoiador do Bolsonaro afirma que: "já montamos um grupo no WhatsApp e vamos perseguir os negros, os os japonêses (sic), os índios e não vai sobrar ninguém".
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