A história da treinadora que foi "mãe" da equipe brasileira de ginástica

Quando a equipe feminina de ginástica artística do Brasil arranca aplausos e resultados, uma das treinadoras tem certeza de que fez um ótimo trabalho.

Também pudera: durante anos, Keli Kitaura morou com as meninas e assumiu vários outros papéis — conselheira, amiga, mãe.

Keli integra a comissão técnica da seleção brasileira. A coordenadora da seleção e chefe de equipe é Georgette Vidor.

A técnica ajuda a ginasta Flávia Saraiva, uma das integrantes da equipe olímpica brasileira.

Keli trabalhava em Guarulhos quando descobriu Rebeca Andrade, que na época tinha 7 anos. Por causa do ritmo dos treinos, a menina foi morar com a técnica e outras atletas.

Mas nem tudo era esporte: "Eu queria que elas além de ginastas fossem pessoas normais, que estudassem", contou a treinadora em entrevista ao BuzzFeed Brasil.

"Eu achava importante elas terem uma convivência normal, conhecendo outras pessoas."

Quando Keli mudou-se para o Rio, a convite do Flamengo, nem imaginava que um dia dividiria a casa com dez ginastas. Ela cuidava dos treinos, sim, mas também de todo o resto.

"Era época de adolescência, né? Então eu tinha muita preocupação com os namoradinhos, com a escola…", ela diz.

A princípio, Keli cuidava de apenas quatro meninas. Mas um incêndio no alojamento dos atletas do Flamengo fez com que toda a equipe, com dez ginastas, se mudasse para Três Rios (RJ), no interior fluminense — junto com a treinadora.

Na tarde desta terça (9), quando as brasileiras entrarem na arena para disputar a final por equipes, Keli verá de longe — na Olimpíada, o tamanho da equipe técnica é reduzido.

Mas, se as coisas correrem como era na casa delas, tudo vai dar certo.

"Elas se viravam muito bem sozinhas", diz a treinadora-mãe, transbordando de orgulho.