O que você pode fazer para se manter seguro em uma manifestação

Manter a calma é sempre primordial. Tente não ir de encontro à manifestação e procure por vias que não estão interditadas. Mesmo que os trajetos de ônibus estejam interrompidos, evite o metrô que não é a melhor escolha em caso de bombas de gás e tumulto. Caminhar ou pegar táxi também não são opções? Procure abrigo em lugares distantes da aglomeração ou bem ventilados, que permitam que você consiga respirar ou escapar rapidamente em caso de tumulto.

Tente não entrar em pânico e, se puder, vá para a direção oposta a de onde vem o gás. Caso você não consiga, não sente no chão, nem se agache pois o gás se acumula próximo ao solo.

Lembre-se de que você vai sentir irritação nos olhos e nas vias respiratórias e pode ter dificuldade para enxergar e respirar. Por mais difícil que pareça, tente sempre manter a calma. Não esfregue o rosto: assim que puder, amenize os efeitos com água ou soro fisiológico e, se continuar passando mal, vá ao médico.

Como os gases podem aderir à roupa, deixe-as tomando ar ou lave-as assim que possível. Veja aqui mais orientações.

* O mais indicado é procurar socorro médico, indo para o hospital mais próximo ou ligando para o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) no número 192;

* Se você tiver uma fratura, imobilize o lugar fraturado – talas de papelão ou madeira improvisadas são boas opções – e procure atendimento médico;

* Se você sofreu queimaduras, passar água fria ou corrente no ferimento é o mais indicado;

* Se você levou uma pancada ou golpe forte, coloque gelo no local;

* Se você sofrer cortes leves, tente estancar o sangue com panos limpos e limpe o local com água e sabão;

* Se você sofrer cortes profundos, deite-se e erga o machucado para estancar o sangue;

Veja aqui mais indicações.

* O melhor que você pode fazer é tentar registar o abuso com a câmera do celular;

* Tente filmar detalhes que identifiquem o local e a identidade dos policiais em questão, como placa de alguma viatura ou nome na farda;

* Pegue nomes e telefones de pessoas que presenciaram o abuso para que eles possam eventualmente servir de testemunhas.

* Se possível, registre em vídeo a agressão ou deixe o telefone com o gravador ligado no bolso;

* Memorize o nome e o rosto do policial -- todos devem andar com identificação à mostra no colete. Se não for possível ou o policial estiver sem o nome na farda por algum motivo, peça para que as pessoas ao seu redor façam vídeos que possam identificá-lo;

* Entre em contato com a Corregedoria da PM, órgão responsável por apurar as infrações cometidas por policiais, e peça abertura de um inquérito;

* Em caso de agressão física, você também deve pedir para que seja feito um exame de corpo de delito (que serve para constatar as agressões sofridas);

* Em São Paulo, as denúncias contra policiais civis e militares também podem ser feitas na Ouvidoria de Polícia, que orienta sobre como proceder e acompanha casos de abusos.

* Leve sempre com você o contato de um advogado da sua preferência ou o contato dos Advogados Ativistas, um grupo independente que atua na defesa de manifestantes;

* A página no Facebook Habeas Corpus têm dezenas milhares de pessoas dispostas a ajudar detidos em manifestações. Peça para amigos postarem lá caso aconteça algo a você;

* Saiba que polícia pode sim te deter, por alguns minutos, para verificar se você está carregando bombas, armas, drogas, etc; mas ela só poderá te levar para a delegacia se você for pego cometendo algum crime como carregar algo proibido, depredar o patrimônio público ou desacatar algum policial;

* É sempre bom lembrar que você tem o direito de permanecer calado diante de qualquer pergunta, de qualquer autoridade, e pode exigir um advogado;

* Na delegacia, leia tudo antes de assinar qualquer coisa e jamais assine algo se o conteúdo não corresponder à realidade.