Leitoras compartilham mais casos de assédio pelo WhatsApp

Saiba o que fazer se acontecer com você.

Depois deste post, onde relatamos que um atendente da NET assediou por WhatsApp a jornalista Ana Prado, leitoras compartilharam nos comentários outras histórias de invasão de privacidade e uso indevido de dados pessoais.

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A NET informou em comunicado que "tomará todas as medidas para apurar e afastar qualquer funcionário que faça uso indevido de informações pessoais de clientes".

Em contato com Ana, a empresa disse ainda que pensa em criar um canal apenas para receber denúncias do tipo. Ela disse que a NET pediu para que ela faça um Boletim de Ocorrência para que possam não apenas punir o cara com uma demissão por justa causa, mas também "dar prosseguimento na esfera criminal".

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Claudia comentou no post que no caso dela foi um policial quem a adicionou no WhatsApp. Ele disse pra ela: "gostei do teu jeito e queria saber se você não quer tomar um café comigo".

"Tive meu celular roubado e dias depois [de fazer o BO] recebi uma ligação em casa."

Acontece também em órgãos públicos. Um atendente do Poupa Tempo da Sé, centro de São Paulo, adicionou Katherine após ela fazer o RG. "O cara tinha meu endereço, meus telefones... Fiquei apavorada."

O BuzzFeed Brasil entrou em contato com Katherine pelo Facebook. Ela contou que trocou dezenas de e-mails com a ouvidoria do Poupa Tempo. "Eles foram extremamente atenciosos e me ligaram várias vezes."

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Com Alexia Carmo foi um atendente da GVT que adicionou ela no WhatsApp. "Boa noite, td bem? Lembra de mim? Eu instalei gvt na sua kza"

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"Além de dar em cima de mim dentro da minha casa, quer vir me adicionar no face para fazer o mesmo, por favor me poupe né!"

Em Brasília, Rayssa relatou que há uma espécie de "máfia do WhatsApp" no restaurante. "O cozinheiro falou que tinha ajuda do entregador para saber quais clientes adicionar ou não(!). Bizarro."

"Liguei no restaurante e pedi que apagassem meu cadastro. Mas fui boba de não querer prejudicar o trabalho de ninguém, porque meses depois o sujeito ainda me ligou duas vezes. Me-do."

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Com Cecília, o atendente da Claro ligou em vez de mandar mensagem. "Depois que saí [da loja] ele me ligou :/"

"Estava migrando de operadora, no meio do atendimento a aliança desapareceu magicamente do dedo."

Um atendente do Banco do Brasil tentou adicionar Halyne não só pelo WhatsApp, mas também a procurou no Facebook. "Bloqueei e ele me adicionou com outro número."

"Liguei e falei pra gerente e eu nunca mais o vi na agência. Um absurdo, o pessoal passa do limite."

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Jaqueline comentou que um atendente da escola Wisard a adicionou no WhatsApp mesmo depois que ela disse não. Ela diz ainda que não imaginava que "podíamos processar nessas ocasiões."

"Não respondi, mas ele insistiu e parou. Se voltar a me perturbar vou processar."

Artur Carrijo, sócio do escritório Torreão Braz Advogados, explica que caso você tenha sido vítima de um assédio do tipo, o primeiro passo é "reunir os documentos que comprovem a abordagem."

"Apesar de não haver legislação específica sobre o tema, o nosso Código de Defesa do Consumidor diz que os dados pessoais de clientes devem ser seguros, adequados e eficientes. Portanto, o vazamento de informações pessoais ou a sua utilização para outros fins é causa para responsabilização da empresa com a qual o consumidor dividiu seus dados pessoais", explica Artur em entrevista ao BuzzFeed Brasil.

Conversas não devem ser apagadas e prints das telas devem ser salvos, pois a polícia pode querer periciar o material após a denúncia.

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Com as provas em mãos, Artur diz que o ideal é procurar uma delegacia de polícia para registrar um Boletim de Ocorrência e depois procurar um advogado para "buscar reparação na justiça".

"Com o auxílio de um advogado o cliente pode buscar reparação na justiça pela prática abusiva cometida e por eventuais danos morais causados", explica.

Ele ainda orienta como encontrar um advogado. "O melhor caminho para contratar um advogado é obter a indicação de algum conhecido. Se isso não for possível, atualmente há portais na internet que mantêm catálogos de escritórios e que podem ser consultados. Os interessados também podem procurar a Defensoria Pública local caso não possam pagar um (e provar que não podem)."

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