O PSC já liberou o deputado Jair Bolsonaro (RJ) e seus filhos para embarcar no Patriotas, o novo nome do nanico PEN, sem perder seus mandatos.
"Para quem quiser sair, a porta está aberta", disse em entrevista ao BuzzFeed Brasil o pastor Everaldo, que foi derrotado à presidência em 2014 e, em 2018, espera concorrer ao Senado pelo Rio.
Pastor Everaldo evitou críticas a Bolsonaro, com quem a legenda tinha desentendimentos desde o ano passado, mas deixou escapar uma ironia ao falar da saída do parlamentar do PSC: "Olha só, o apóstolo Paulo nos ensina o seguinte, que devemos dar graças a Deus a todas as coisas".
A legenda presidida pelo Pastor Everaldo espera filiar em outubro o futuro candidato à vaga, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro.
Com dez deputados federais, a bancada do PSC deve perder ao menos dois nomes nos próximos dias: Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo.
Outros dois filhos de Bolsonaro também devem ingressar no Patriotas. A "debandada" do PSC deve ser menor do que o alardeado por Jair Bolsonaro, na expectativa dos dirigentes da legenda.
Na avaliação de Everaldo, os outros oito deputados federais da bancada devem permanecer no partido, inclusive o deputado Pastor Marco Feliciano (SP): "De zero a dez, a possibilidade de ele (Marco Feliciano) sair é menos 1", disse Everaldo.
O pastor arrisca até falar em crescimento da legenda em março, quando abre a janela para mudança de partidos antes das eleições do ano que vem. "Eu já tenho compromisso com vários deputados que na janela de março vão ingressar no PSC", diz Everaldo, fazendo suspense sobre nomes.
Para ele, a aprovação do "distritão" na reforma política vai favorecer a legenda.
Everaldo, no entanto, admite que o partido terá dificuldade de aumentar a bancada federal na representação de cinco estados: Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Acre, Amazonas e Amapá.
"Se fosse hoje (a eleição) e sem candidatura própria para presidente, eu só tenho cinco estados em que eu não faço deputado federal", disse ele.
Pastor Everaldo, que ficou em quinto lugar na disputa pela Presidência em 2014, foi citado por delatores da Odebrecht. Segundo os delatores, Everaldo recebeu R$ 6 milhões em caixa dois na campanha de 2014 e a empreiteira até influenciou as perguntas que ele fez nos debates.
O presidente do PSC nega a versão dos delatores e diz que todos os recursos que recebeu foram legais e contabilizados.