Os delatores da Odebrecht denunciaram o deputado Arthur Maia (PPS-BA) pelo pagamento de R$ 250 mil para sua campanha de 2010 e outros R$ 349,9 mil em 2014. Arthur Maia é agora o relator da Reforma da Previdência na Câmara.
O ex-executivo da Odebrecht José de Carvalho Filho contou que o deputado mandou um interlocutor buscar parte do dinheiro em um posto de gasolina de Piatã, em Salvador.
Segundo o inquérito 4.405 instaurado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho foi procurado por Arthur Maia para ajudar em sua campanha à Câmara, em 2010. Cláudio Melo contou que a construtora pagou R$ 250 mil em duas parcelas.
Já o outro delator, Carvalho Filho, explicou que o pagamento no caixa dois foi de R$ 200 mil, em duas parcelas, ambas entregues ao interlocutor do deputado no posto de gasolina. Os investigadores concluíram que, dos R$ 250 mil, R$ 50 mil foram oficiais, com registro eleitoral. O codinome do deputado era "Tuca".
Na eleição seguinte, em 2014, o valor repassado pela construtora foi maior: R$ 349,9 mil, por meio de doações declaradas. Ex-deputado pelo PMDB e em 2014 concorrendo pelo Solidariedade, o dinheiro dado ao deputado era de uma rubrica chamada "Clube Internacional". O clube internacional era o PMDB, segundo os relatores que anotavam os nomes dos beneficiados como jogadores. A posição de Maia era "volante".
O BuzzFeed procurou o deputado Arthur Maia e seus assessores, por telefone, no gabinete da Câmara e em seu escritório político em Salvador, mas ninguém foi localizado. O email enviado a sua assessoria também não foi respondido.