Os líderes do Movimento Brasil Livre (MBL), apoiadores do governo Bolsonaro, se posicionaram nesta quinta-feira (17) contra o pedido do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) para que a investigação sobre seu ex-motorista Fabrício Queiroz seja suspensa. Sob sigilo, Flávio fez o pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) e foi atendido pelo ministro Luiz Fux.
"O pedido de Flávio Bolsonaro cheira muito mal", escreveu o deputado eleito Kim Kataguiri (DEM-SP) em sua página no Twitter.
"Quem não deve não teme", escreveu o vereador Fernando Holiday (DEM-SP), na mesma rede social. As mensagens foram replicadas pela página oficial do MBL, que, no primeiro momento, demonstrou incredulidade com o pedido. "Então Flávio Bolsonaro está sendo investigado?", questionou o perfil do MBL.
Ao confirmar o pedido feito pelo filho de Bolsonaro ao STF, que incluía também a anulação de provas colhidas pelo Ministério Público do Rio, o MBL reclamou: "ah, não".
Sempre rápidos no Twitter, tanto Flávio Bolsonaro como seu irmão, Carlos, vereador no Rio, ainda não responderam às críticas.
Queiroz é investigado no Rio por ter um movimento atípico de R$ 1,2 milhão em suas contas bancárias. A movimentação foi detectada pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). O ex-motorista faltou a duas audiências e até agora não prestou depoimento. Ele afirma estar se recuperando de um câncer e internou-se, no final do ano, para uma cirurgia no hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Luiz Fux suspendeu a investigação em uma decisão monocrática, devolvendo o caso ao ministro Marco Aurélio Mello, que está em recesso mas que julga as medidas sobre essa investigação.