"A partir de agora, todos os nossos policiais militares e bombeiros de Minas já estão cruzando os braços", afirma o deputado estadual Sargento Rodrigues (PDT), com uma grande assembleia de pessoas atrás. O deputado mineiro prossegue dizendo que os policiais "vão ficar nos quartéis, não vão sair para a rua".
O vídeo é de dezembro do ano passado, mas foi disparado nesta quarta (8) pelos grupos de Whatsapp mineiros, sobretudo os que envolvem policiais. Foi mais um boato usado para acirrar os ânimos da polícia e aumentar a tensão nas cidades, que temem um "efeito Espírito Santo" pelo país.
A assembleia que reuniu milhares de policiais aconteceu em 19 de dezembro, quando foi gravado o vídeo.
Os manifestantes se queixavam de um projeto de lei que alteraria a remuneração das polícias nos estados.
Ao lado do deputado, no vídeo, está o Cabo Coelho, presidente do Centro Social dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.
Em entrevista ao BuzzFeed Brasil, o deputado afirmou que acredita que o vídeo tenha reaparecido pelas mãos dos policiais em greve do Espírito Santo, que buscam adesões. Ele disse ser favorável aos grevistas capixabas.
"Mas não existe nada disso aqui em Minas. Nenhuma paralisação. Se tivesse, eu estaria à frente dela", disse o deputado. De acordo com ele, a corporação da PM em Minas é formada por 43 mil pessoas na ativa.
Em Minas, os salários dos PMs são parcelados desde o ano passado e não há reajuste há três anos, segundo o deputado.
Ontem, foi a vez de o Rio de Janeiro experimentar horas de tensão com a divulgação de um falso informe do comandante-geral da PM, coronel Wolney Dias, convocando para a greve na sexta, dia 10.
A PM do Rio teve de divulgar o desmentido em suas redes sociais.
No Rio, movimentos de policiais, como o SOS Polícia, no entanto, têm tentado organizar um movimento semelhante ao do Espírito Santo, com as famílias dos policiais bloqueando as saídas dos batalhões.
As entidades de classe não manifestaram apoio aos movimentos e o governador do Estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB), reuniu-se nesta tarde com o comando da PM para discutir o caso.
Os policiais se queixam de não ter recebido o décimo terceiro nem o salário de janeiro e reivindicam que o governo, em grave crise econômica, divulgue um calendário dos pagamentos deste ano.