O MBL de Kim Kataguiri, Renan Santos e Fernando Holiday foi alvo de uma denúncia apresentada ao Ministério Público Federal em Brasília que acusa o grupo dos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, associação criminosa, evasão de divisas e estelionato.
As acusações partiram da associação de mesmo nome, Movimento Brasil Livre, que tem sede em Brasília e é presidida pelo advogado Vinícius Carvalho Aquino. Seu vice-presidente é o ator Alexandre Frota.
A denúncia foi apresentada ao MPF em Brasília com cópia para o órgão em São Paulo, já que a sede do MBL fica na capital paulista. Foi protocolada no dia 10, sob o número 20170079842. Ainda não há informação se será instaurado inquérito para apurar o caso.
O principal argumento da denúncia é que o MBL é uma espécie de nome fantasia para o Movimento Renovação Liberal (MRL), uma sociedade de direito privado, liderada por integrantes da família de Renan Santos. Segundo a entidade presidida por Vinícius Aquino, nunca houve prestação de contas das doações pedidas a filiados. Em seu site, o MBL pede mensalidades de R$ 30 a R$ 10 mil a seus apoiadores.
A denúncia apresentada ao MPF afirma que não há dados sobre filiações nem transparência sobre gastos ou prestação de contas. A associação presidida por Vinícius Aquino afirma ainda que o MRL é presidido pela irmã de Renan Santos, Stephanie Liporacci Ferreira dos Santos, que vive em Berlim.
Com isso, levanta a suspeita de que "a conta de seus gestores e a manutenção financeira de seus sócios podem constituir, na verdade, crimes como os de evasão de divisas, estelionato e, até mesmo, eventual lavagem de dinheiro, cuja existência só poderá ser apurada pelas autoridades competentes".
Os denunciantes apresentaram fotos de Stephanie e de seus familiares na Europa.
A associação de Vinícius Aquino juntou à denúncia uma certidão datada de 2 de outubro na qual se confirma o nome de Stephanie na presidência do MRL. Renan é o segundo-tesoureiro.
Briga pela direita
O grupo de Vinícius Aquino e Alexandre Frota briga com o de Kim Kataguiri pela marca MBL, o Movimento Brasil Livre, agrupamento de jovens de direita que ganhou proeminência durante os protestos contra o governo da então presidente Dilma Rousseff, em 2015 e 2016.
Frota e Aquino — que em protestos usava uma fantasia de Pixuleco — criaram em Brasília a Associação Movimento Brasil Livre e ingressaram no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) pelo registro da marca. Aquino diz que participou dos protestos em seus primórdios, assim como outros fundadores, e que o grupo liderado por Kataguiri se apropriou de todo o movimento e se desvirtuou dos princípios liberais do projeto.
Procurado pelo BuzzFeed News, Kim Kataguiri não quis se manifestar sobre a denúncia. “Me nego a dar qualquer declaração sobre essa piada. Aquilo morre no MP [Ministério Público]”, escreveu Kataguiri, por WhatsApp.