Em menos de 24 horas, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), recuou no anúncio de que incluiria, a partir deste mês, a farinata – produto à base de de alimentos perto da data de vencimento – na alimentação escolar das creches e escolas municipais.
O anúncio gerou protesto de mães e especialistas em nutrição infantil, além de entidades como o Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutrição), que cobrou explicações da prefeitura.
No gabinete do prefeito, sua equipe avaliou que o anúncio foi precipitado e que a ideia não seria levada a cabo, principalmente depois das críticas, uma vez que a merenda escolar atende a uma legislação específica e segue um dieta balanceada organizada por nutricionistas.
No meio da tarde, em viagem a Goiás, Doria já começou a desenhar o discurso de que a prioridade seriam as pessoas carentes.
No início da noite, a prefeitura divulgou nota para "esclarecer" que o plano de erradicação da fome, no qual se insere a farinata, "vai dar prioridade ao atendimento de famílias em situação de vulnerabilidade social, em especial aquelas que possuem crianças de até três anos".
"O principal objetivo desta política será a redução do desperdício de alimentos, por meio do incentivo de práticas de manejo eficiente. A eventual distribuição do composto alimentar do programa denominado Allimento para Todos, no formato de farinata, será de atribuição, principalmente, dos serviços municipais de assistência social. A farinata poderá ser utilizada para produção de pães, bolos, sopas e outras formas de preparo", conclui a nota da prefeitura.
Enquanto isso, algumas dezenas de pais e alunos se reuniam no vão livre do Masp para protestar contra a farinata num movimento que se intitulou "Meu filho não é lixo".
Com os filhos, os pais fizeram uma caminhada na avenida Paulista.