Mulher negra ganha 60% menos que homem branco no Brasil

    Diferença da média salarial caiu em 20 anos, mas ainda é grande no país. Segundo o Ipea, as mulheres trabalham 7 horas e meia a mais que os homens por semana.

    A média salarial da mulher negra no Brasil quase dobrou nos últimos 20 anos (de R$ 570 em 1995 para R$ 1.027 em 2015) e, ainda assim, é 59% inferior à dos homens (de R$ 2.262 para R$ 2.509).

    Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as mulheres ainda desempenham mais trabalho doméstico que os homens e, com isso, aumentam em 7,5 horas a jornada semanal feminina.

    A média dos homens é de 46 horas semanais (um pouco acima da jornada oficial de 44 horas semanais). Já as mulheres trabalham mais 53 horas: a jornada de trabalho fora e as tarefas domésticas não-remuneradas.

    O Ipea divulgou nesta segunda (6) o "Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça 1995-2015", que apontou as diferenças na remuneração.

    A mulher branca ganha menos que o homem branco. O salário delas, contudo, ultrapassa o dos homens e mulheres negros.

    A pesquisa fala ainda do emprego doméstico remunerado. Ele é a ocupação principal de 18% das mulheres negras e de 10% das mulheres brancas. Esse tipo de atividade, no entanto, vem caindo entre as mulheres mais jovens.

    Em 1995, 51,5% das trabalhadoras domésticas tinham até 29 anos. Em 2015, esse percentual caiu para 16%.

    Ainda sobre trabalho doméstico, o IPEA identificou outras duas tendências: o aumento das mulheres com carteira assinada (de 17,8% para 30,4%).

    A outra tendência é quanto ao modelo de trabalho doméstico. Cresceu o número de mulheres que atuam como diaristas. Elas representavam 18,3% em 1995 e, 20 anos depois, 31,7%.

    Apesar de um crescimento de 64% ao longo de 20 anos, a renda média das trabalhadoras domésticas ainda não atingiu o salário mínimo: R$ 733 contra R$ 788 (valor do mínimo em 2015).

    Educação:

    Entre 1995 e 2015, a população adulta branca com 12 ou mais anos de estudo saltou de 12,5% para 25,9%.

    A população negra com essa escolaridade passou de 3,3% para 12%. Ou seja, só agora a escolaridade da população negra atinge o nível da branca de 20 anos atrás.

    Em 2015, 10,2% das trabalhadoras negras eram analfabetas, enquanto entre a população de mulheres brancas esse número é de 4,9%.

    Mercado de trabalho:

    Segundo o Ipea, o índice de ocupação das mulheres entre 16 a 59 anos é de 55%, ou seja, quase metade das mulheres está fora do mercado de trabalho. Esse índice de ocupação entre os homens é de 78% em 2015.


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