A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) disse ser um "escárnio" a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nove anos e meio de prisão no caso do tríplex. Ela divulgou nota à imprensa na qual considera que não havia provas de que o apartamento seria do ex-presidente.
"A condenação de Luiz Inácio Lula da Silva, sem provas, a 9 anos e seis meses de prisão, é um escárnio. Uma flagrante injustiça e um absurdo jurídico que envergonham o Brasil. Lula é inocente e essa condenação fere profundamente a democracia", escreveu Dilma.
De acordo com ela, a sentença cumpriu "o roteiro pautado por setores da grande imprensa". "Há anos, Lula, o presidente da República mais popular na história do país e um dos mais importantes estadistas do mundo no século 21, vem sofrendo uma perseguição sem quartel."
Dilma encerra sua nota reafirmando que o ex-presidente deve concorrer à eleição presidencial no ano que vem."Lula é inocente. E o povo brasileiro saberá democraticamente resgatá-lo em 2018. Nós iremos resistir."
A presidente nacional do PT, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), usou a tribuna do Senado para defender Lula. "É uma denúncia que não traz nenhuma prova material. Nada, niente."
Gleisi criticou diretamente o procurador da república que coordena as investigações, Deltan Dallagnol, e o juiz Sergio Moro, que condenou Lula. "Juiz Moro, não jogue seu diploma no lixo, não jogue sua história", disse ela, para completar: "Não faça isso, é feio. Está todo mundo vendo que é uma decisão política."
Paulo Okamotto
Fernando Fernandes, o advogado de Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, que foi absolvido na ação, divulgou nota sobre a absolvição de Okamotto e Lula no que diz respeito aos pagamentos da OAS para armazenar o acervo do ex-presidente. Segundo ele, a absolvição "demonstra que a Operação Lava Jato está preenchida por ilegalidades e acusações que não constituem crime".
Lula
Os advogados do ex-presidente devem recorrer da decisão, mas ainda não se pronunciaram. O ex-presidente também não se manifestou. Ele está em seu escritório no Instituto Lula e sua assessoria não soube informar se ele fará um pronunciamento. Já os advogados estão em audiência com o juiz Sergio Moro por causa de outra ação contra o petista.