Os advogados do ex-presidente Lula pediram nesta segunda-feira (10 de outubro) o afastamento do juiz Sergio Moro e de todos os procuradores da Lava Jato do processo que acusa Lula de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no obtenção de um tríplex no Guarujá.
Eles consideraram a força-tarefa da Lava Jato suspeita por, supostamente, usar o sistema legal para travar uma guerra política contra o petista.
O processo é o mesmo que envolve a mulher de Lula, Marisa Letícia, em crime de lavagem de dinheiro. Os advogados dizem que Lula e Marisa não cometerem os crimes atribuídos a eles.
Em entrevista coletiva, o advogado Cristiano Zanin Martins disse que o processo é cheio de falhas e não apresenta as provas para confirmar a narrativa de crimes. Por isso, os advogados também pedem sua extinção.
Zanin Martins afirmou ainda que a Lava Jato persegue judicialmente o petista com "a intenção de excluir Lula das eleições de 2018. E não pelo voto".
Nem o powerpoint apresentado pelos procuradores da Lava Jato escapou das críticas. Segundo o advogado do petista, a apresentação dos procuradores "viola a presunção de inocência".
"Nem vou falar do deboche", cutucou Zanin Martins, que falou ainda que, nos Estados Unidos, um processo chegou a ser anulado por causa de uma apresentação semelhante.
Segundo o advogado, a força tarefa usaria tática de "lawfare" contra Lula. Ele explicou que o termo é usado para casos em que o direito se torna uma "arma de guerra".
"É você ter alguém eleito como inimigo e as autoridades passam a usar a lei e os procedimentos legais para perseguir esse inimigo, dando uma feição, mascarando as arbitrariedades em procedimentos legais", disse Zanin Martins, que acusou Moro de sofrer "perda de imparcialidade".