14 cosplayers contam as coisas mais machistas que ouviram

"Posso tirar uma foto sua?" E enquadrou só o decote. A Larissa Fogo e sua Hera Venenosa merecem bem mais que isso.

As pessoas não fazem cosplay para o pinto de ninguém. "Comentaram isso na minha foto". Taynan Nascimento é não-binário (não se enquadra no padrão feminino/masculino de gênero) e seu cosplay é do Narancia do anime "JoJo's Bizarre Adventure". Esse é um personagem masculino cuja identidade de gênero é motivo de discussão na internet.

Não, a cosplayer não se fantasia para satisfazer as SUAS fantasias. A Karen Nakanishi veio fazer cosplay do Leone Abbacchio, personagem masculino de "JoJo's Bizarre Adventure".

Pois a Lara vai continuar sendo Arlequina sempre que quiser. Lara Bernardi já ouviu comentários gordofóbicos mas não perdeu nem um pouco da vontade de fazer cosplay: o próximo vai ser de Mérida de "Valente".

A Gabriela não construiu as armas da Ana de "Overwatch" para ouvir esse tipo de coisa. "Muita gente vem pedir para tirar foto comigo, e eu adoro fazer isso, mas esse cara que me agarrou pela cintura e falou isso no meu ouvido", contou a Ana.

A Ana Beatriz veio fazer cosplay, não fazer prova de "fã de verdade".

"Cansei de ouvir gente me 'testando' para ver se realmente gosto das coisas que eu gosto!". Ela veio de Mesquita (RJ) e escolheu um cosplay de Moana, mais especificamente o vestido do final do filme.

A Mulher-Gato e a Hera Venenosa não vieram para fazer você "virar" nada. A Mahara e a Beatriz são primas, uma vem de Florianópolis e a outra de Brasília para se encontrar no evento todo ano: "Um cara fantasiado de Gambit do 'X-Men' chegou nos abraçando e falando isso todo babão. Foi o único momento em que a gente não se sentiu à vontade".

Não diga a uma cosplayer o que ela pode ou não fazer. "Ouço isso o tempo todo, mas faço vários cosplays masculinos! E na hora da foto SEMPRE tem algum abusado que vem já pegando na cintura", diz a Mariane Todeschini, que veio do Paraná e impõe respeito como Kratos, de "God of War".

Tem algo nos cromossomos que define quem entende de anime?

A Isabelle Santos contou que sempre aparece alguém para dar pitacos como esses nos seus cosplays. Ela faz vários e hoje está como Ravena, que não é anime mas uma super-heroína da DC Comics.

A Princesa Peach foi ao evento se divertir, não ser cantada. "Vim mais vestida, até porque sempre tive medo de ser chamada de cosplayer gorda", conta a médica Maria Clara Galdi, que veio do Rio de Janeiro para a CCXP.

Apenas não, né? A Luísa Varani também já ouviu "cosplay bom é cosplay de mulher gostosa". Como se coubesse a algum cara definir quem faz ou não cosplay, seja da Asuna de "Sword Art Online" ou qualquer outro que ela queira fazer.

Claro, a pessoa vai construir um martelo desses sem nunca ter visto o anime. Como resposta, a Izabel Ferreira só quer mostrar a que veio a Diane de "Sete Pecados Capitais".

A Mulher-Gato pode trabalhar onde ela quiser, mas quer ser respeitada. E a cosplayer Iara Chagas, que ouviu isso de uma mulher durante um evento no qual tirava foto com crianças, não é obrigada, apenas.

E se você diz isso para a Arlequina, merece o fim que vai levar. A Fabianne Barros não tem mais paciência para isso, não.