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Hospitais públicos da China ainda fazem tratamento de choque com pessoas LGBT, diz Human Rights Watch

O governo ainda não deu fim à chamada terapia de conversão, prática que visa tornar pessoas homossexuais em heterossexuais à força.

O governo da China ainda não deu fim à chamada terapia de conversão, uma prática abusiva e perigosa que visa tornar pessoas homossexuais em heterossexuais à força, informou em um relatório a "Human Rights Watch".

Dezessete pessoas entrevistas pela organização disseram que foram submetidas a choques elétricos, internadas contra sua vontade e forçadas a ingerir medicamentos. A maioria delas enfrentou o tratamento em hospitais gerenciados peça Comissão de Saúde Pública e Planejamento Familiar da China, o principal órgão de regulação de saúde do país.

As descobertas são particularmente preocupantes dado o progresso que os ativistas LGBT conseguiram no país em relação à terapia de conversão em anos recentes. Recentemente, um homem gay venceu um processo contra um hospital psiquiátrico que o internou à força e o sujeitou à terapia de conversão, causando manchetes internacionais. Um tribunal da cidade decidiu que o hospital tinha que publicar uma desculpa nos jornais locais e o homem recebeu 5.000 RMB (R$ 2460).

Em 2014, Yanzi Peng, ativista dos direitos homossexuais, processou uma clínica de terapia de conversão que o submeteu ao tratamento de choque elétrico. Na decisão a favor de Peng, o tribunal afirmou que a homossexualidade não deveria ser considerada uma doença mental. "A afirmação de que a homossexualidade não é uma doença, a meu ver, é uma grande vitória", disse Peng para o BuzzFeed News em um entrevista sobre seu caso no ano passado.

No entanto, Peng também ressaltou que ele não tinha certeza de que a clínica que o tratou chegou a ser fechada. As autoridades na China não conseguem monitorar as instalações médicas para garantir que a terapia de conversão não esteja sendo usada e também para emitir proibições explícitas dessa prática, conforme descoberto pelo "Human Rights Watch". A decisão do tribunal, segundo a organização, não fez com que a prática de terapia de conversão fosse abandonada.

Cinco dos ex-pacientes entrevistados para o relatório tiveram que ver imagens ou descrições de atos homossexuais e então recebiam choques com o intuito de fazer com que associassem a dor com ser gay.

A China descriminalizou ser gay em 2001, e a terapia de conversão é ilegal no país de acordo com suas leis sobre saúde mental. Apesar disso, não há leis que proíbam a discriminação contra as pessoas LGBT.

Ser gay ainda é um grande tabu no país, onde muitas famílias permanecem conservadoras. Jovens LGBT podem enfrentar uma pressão intensa e olhares tortos de suas famílias e muitos dos entrevistados no relatório disseram que seus pais os obrigaram a aceitar a terapia de conversão.

Este post foi traduzido do inglês.

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