As mulheres são a melhor coisa da Olimpíada no Rio

Não é a toa que está todo mundo emocionado com o poder feminino.

A Olimpíada do Rio traz um recorde da participação das mulheres: 45% dos atletas inscritos são mulheres (em Londres, eram 44,2%). São 5.183 atletas do sexo feminino, contra 6.275 homens. Elas fazem número, mas também a diferença. É muito especial ver alguém do sexo considerado por muito tempo frágil mostrando força, garra e inspirando o mundo inteiro. Ainda mais em um tempo em que as discussões sobre igualdade de gênero e salários estão mais atuais do que nunca. Por isso, esta Olimpíada claramente é das mulheres.

Esta Olimpíada é da Gaurika Singh, a nadadora do Nepal sobrevivente do terremoto e competidora mais jovem dos jogos.

Al Bello / Getty Images

Gaurika, que tem apenas 13 anos de idade, nadou ferozmente para conseguir uma classificação no Campeonato Mundial de Kazan, na Rússia, em julho de 2015. Sendo que três meses antes ela se escondia embaixo de uma mesa para se proteger do terremoto do Nepal que matou cerca de oito mil pessoas. Ela ainda foi nomeada embaixadora da boa vontade do Nepal por doar parte dos seus prêmios a ONGs voltadas para educação.

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Esta Olimpíada é da judoca Rafaela Silva, que levou a medalha de ouro nesta segunda.

Kai Pfaffenbach / Reuters

Em 2012, Rafaela foi eliminada e sofreu ataques racistas no Twitter. Quatro anos depois, ela derrotou a mesma atleta que a havia eliminado em Londres e conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil na Olimpíada do Rio.

É da Yusra Mardini, a nadadora e heroína dos refugiados.

Ker Robertson / Getty Images

Ela faz parte do time de 10 atletas refugiados escolhidos para competir na Olimpíada. Ela e sua irmã empurraram um barco de 20 pessoas quando viram que ele ia afundar, por três horas e meia, até chegar na Ilha de Lesbos, na Grécia. Ela ganhou uma bateria de natação neste sábado.

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Esta Olimpíada é da pequena musa brasileira da ginástica artística, Flavinha Saraiva.

Ezra Shaw / Getty Images

Com 1,33m, Flavinha estreou nas Olimpíadas e de cara já contribuiu para a classificação da equipe brasileira. A sua graça encantou o Brasil e ela chegou a ficar em primeiro lugar na trave em alguns momentos, perdendo duas posições para as americanas, que são favoritas e experientes. Ela continua uma das apostas mais fortes do Brasil.

É da Oksana Chusovitina, uma lenda da ginástica artística do Uzbequistão de 41 anos.

Dylan Martinez / Reuters

Oksana afirmou que depois desta Olimpíada ela irá se aposentar. Pode ser que isso não aconteça, no entanto, já que ela anunciou aposentadoria outras duas vezes, mas voltou às competições por ser apaixonada pelo seu esporte.

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É da Cristiane, a maior artilheira das Olimpíadas — entre homens e mulheres.

Harry How / Getty Images

Cristiane garantiu seu lugar entre as lendas do futebol com seu 14º gol em uma Olimpíada: foi dela um dos cinco que o Brasil marcou contra a Suécia no jogo de estreia.

Esta Olimpíada é das ginastas Lee Eun-ju, da Coreia do Sul, e Hong Un Jong, da Coreia do Norte, que tocaram o foda-se para a briga dos seus países e fizeram uma selfie.

Dylan Martinez / Reuters

Lee, de 17 anos, está competindo em sua primeira Olimpíada, de acordo com a CNN. Já Hong é uma ginasta veterana. Ela ganhou a primeira medalha de seu país na ginástica nos Jogos de Pequim de 2008, levando para casa o ouro no salto sobre o cavalo. A selfie delas parece simples, mas emocionou o mundo.

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É da ginasta Rebeca Andrade, que aos 17 anos já ganhou status de diva entre o público brasileiro.

David Ramos / Getty Images

No início de 2016, Rebeca tinha recém machucado o joelho e não acreditava que conseguiria competir nos Jogos do Rio. Mas não desistiu e no sábado lá estava ela, brilhando ao som de Beyoncé, arrepiando a torcida e garantindo seu lugar na final.

Esta Olimpíada é das jogadoras de vôlei egípcias Nada Meawad e Doaa Elghobashy, que mostram que os esportes vão além das fronteiras culturais.

Yasuyoshi Chiba / AFP / Getty Images

As jogadoras egípcias disseram que ficaram muito felizes por jogarem contra as alemãs neste domingo (7), mesmo tendo perdido por 2 sets a 0. "Por só jogarmos essa modalidade há um ano e meio, estamos orgulhosas. Se tivéssemos a mesma estrutura e condição do time alemão, teríamos ido melhor", disse Doaa ao Globo Esporte. Elas jogam de calça e camiseta de manga comprida porque são muçulmanas. Doaa joga também usa o véu (hijab), porque é de uma linha diferente de Nada.

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É da jogadora de handebol Ana Paula Belo, presença importante dentro e fora das quadras.

Franck Fife / AFP / Getty Images

O time feminino de handebol estreou derrotando a Noruega, bicampeã olímpica e mundial, contando com a garra e os DEZ gols da Ana Paula Belo. Além de goleadora, ela é uma das maiores críticas ao modelo do handebol no Brasil. Segundo ela, a seleção tem ganhado prestígio, mas o incentivo ao esporte no país só diminui.

Esta Olimpíada é da judoca Majindra Kelmendi, de Kosovo, que não deixou que o fato de seu país não ser reconhecido pela ONU a impedisse de lutar e ganhar uma medalha de ouro.

Pascal Le Segretain / Getty Images

Em 2014, Majindra teve de competir no mundial da Rússia sob a bandeira dos "países independentes" porque a Rússia não reconhece Kosovo como um país. Isso não a impediu de ganhar o segundo título da sua carreira. Ela dedicou seu ouro na Olimpíada do Rio às crianças do seu país, que a veem como uma heroína.

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É da Marta, a melhor jogadora de futebol do Brasil.

Harry How / Getty Images

Marta é a atleta que fez o maior número de gols na história da Seleção Brasileira. Isso mesmo, mais que o Pelé. Marta fez dois dos cinco gols que marcaram a goleada do Brasil sobre a Suécia no sábado (6). A torcida gritava "Marta melhor que Neymar" e ela é atualmente a heroína do país do futebol.

É de Miri Al-Atrash, que não tem piscinas olímpicas no seu país.

Thomas Coex / AFP / Getty Images

Ela é uma das poucas atletas da sua delegação que nasceu e mora mesmo na Palestina. Lá não tem piscinas olímpicas, e Miri não obteve permissão para treinar em Israel, por isso teve que ir até a Jordânia e Argélia para nadar. E hoje está no Rio representando seu país.

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