8 Motivos Para Não Comemorar A Abolição Da Escravidão

13 de maio de 1888 foi o dia que a Princesa Isabel decretou a Lei Áurea no Brasil. A data não é comemorada pelo movimento negro brasileiro, visto que mesmo com a abolição formal a vida da população negra no Brasil não melhorou e não houve um processo de realmente integrar dignamente a negritude a sociedade brasileira. Importante lembrar que para dados de pesquisa no Brasil é considerado a porcentagem de negros a soma entre pretos e pardos. Veja aqui 13 motivos para não se comemorar a abolição da escravidão no Brasil:

1. Genocídio da Juventude Negra

Segundo CPI do Senado sobre assassinato de jovens realizada em 2016, 1 jovem negro morre a cada 23 minutos. A investigação foi feita em cima dos levantamentos do Mapa da Violência, o último a ser publicado sobre o tema foi de 2014 e apontava que dos 30 mil jovens assassinatos no Brasil 77% eram negros.

2. Feminicídio de Mulheres Negras

Outro dado alarmante que o Mapa da Violência de 2015 trouxe foi o de que em 10 anos o número de mulheres negras mortas cresceu 54%, enquanto o número de feminicídios de mulheres brancas caiu 9,8%.

3. Perseguição a Religiões de Matrizes Africanas

Segundo estudo realizado no estado do Rio de Janeiro em conjunto com a Puc-Rio, só lá existem 847 terreiro, destes 430 já sofreram algum tipo de discriminação e 132 foram, deliberadamente, atacados por racistas.

4. Renda de negros é 40% menor que de brancos

O dado divulgado pelo IBGE em 2010 aponta que mulheres negras chegam a ganhar 40% menos que homens brancos independente do tempo de estudo. A população negra também é a que se encontra mais em empregos informais no país. Bom lembrar que apenas em 2015 o emprego doméstico conquistou isonomia de direitos a outras profissões.

5. Aumento de Mortalidade Materna entre Mulheres Negras

A extinta Secretaria de Política para Mulheres da Presidência da República divulgou em 2015 que o número de mortes por intercorrências durante a gravidez entre mulheres brancas vinha diminuindo, enquanto junto as mulheres negras era identificado um aumento. De 2000 pra 2012 as mortes por hemorragia entre mulheres brancas caíram de 141 casos por 100 mil partos para 93 casos. Entre mulheres negras aumentou de 190 para 202. Por aborto, a morte de mulheres brancas caiu de 39 para 15 por 100 mil partos. Entre negras, aumentou de 34 pra 51.

6. Mais de 60% dos Presos Brasileiros são Negros

O Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen) apontou em 2016 que dos 622.202 mil encarcerados em nosso país, 61,6% são negros. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, a população negra brasileira chega a 53,6% ao analisar o conjunto da população do país.

7. Analfabetismo entre Negras é Duas Vezes Maior

Em 2014 o IBGE divulgou importante dado sobre a queda da taxa de analfabetismo no país. Segundo o instituto, entre 2000 e 2010 as taxas de analfabetismo entre as mulheres negras caiu de forma acelerada. Porém, nem isso conseguiu diminuir o abismo educacional entre as mulheres negras que ainda é duas vezes maior do que entre as mulheres brancas brasileiras.

8. Taxa de Desemprego é Maior entre a População Negra

Segundo o IBGE, a taxa de desemprego entre a população negra brasileira no final de 2016 foi maior do que a média nacional. Dos 12,3 milhões de desempregados divulgados pelo instituto, 63,7 são de negros.