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Crise leva venezuelanos a fazerem vaquinhas para deixar o país

Nos últimos meses, dezenas de pessoas criaram contas em plataformas de financiamento coletivo para arrecadar dinheiro e fugir da situação que assola o país.

Nos últimos dias, milhares de venezuelanos foram às ruas para protestar, enquanto grupos de oposição exigem eleições antecipadas.

A situação ficou tão ruim que agora os venezuelanos estão fazendo vaquinhas on-line para angariar fundos e deixar o país.

O BuzzFeed News falou com três pessoas na Venezuela que disseram esperar conseguir doações suficientes para irem embora.

Definitely, Venezuela is the tale of the never ending pit of suffering and repression....

Andrea Gutierrez, 24, de Maracaibo, disse ao BuzzFeed News em um e-mail que perdeu seu emprego devido à piora da situação econômica. Agora, ela está fazendo uma vaquinha no site Generosity para ir para o Equador.

O Generosity é uma ramificação do Indiegogo, fundado em 2015, que permite que as pessoas arrecadem fundos para si mesmas, para suas famílias ou para causas de caridade. Ao contrário do Indiegogo, ele é gratuito. Dessa forma, as pessoas recebem todo o dinheiro doado. (O BuzzFeed News entrou em contato com o Generosity para comentar o assunto, sem sucesso).

"Ainda bem que fiz isso, porque economizar dinheiro no estado atual da Venezuela é simplesmente impossível", disse ela, "e quero ter uma segunda chance para que eu possa viver, trabalhar e ajudar meus pais, que são idosos e possuem uma condição de saúde delicada."

Gutierrez disse ao BuzzFeed News que "sempre teve o sonho de viajar para o exterior para obter uma melhor capacitação na música e nas artes", mas que a piora da situação na Venezuela a impediu até agora.

Mas, infelizmente, Gutierrez não é a única tentando desesperadamente arrecadar fundos para deixar a Venezuela.

Na Venezuela, um salário básico no momento é de cerca de 15 dólares por mês. Em média, um venezuelano teria que economizar (sem comer ou gastar com nada) por quase dois anos para cobrir o custo de um passaporte, um visto e uma passagem de avião.

Para algumas pessoas, o financiamento coletivo já ajudou.

Para outras pessoas, é mais difícil. Eligreg López, uma escritora de Ciudad Ojeda, na Venezuela, criou sua página de financiamento coletivo quando estava grávida, porque queria garantir que seu bebê recebesse o melhor cuidado possível.

Estoy pelando, trabajaba por internet y se me quemó la laptop, se me acabó la comida y peligra la leche de Elías. G… https://t.co/Ba0P6SIHRG

"Estou morrendo, eu trabalho pela internet e meu computador quebrou, eu fiquei sem comida e o leite do Elias está em perigo. Muito obrigada", escreveu em um tuíte com suas informações do PayPal.

Atualmente, o filho de López tem 13 meses e ela e seu marido esperam arrecadar dinheiro suficiente para deixar a Venezuela.

"Queremos criar nossa família em um ambiente de paz e permitir que nossos pais vivam a velhice na tranquilidade em que merecem", disse ela. "Sabemos que trabalhar on-line é nosso caminho para sair do caos venezuelano. Sabemos que este país não será consertado da noite para o dia."

"Queremos um futuro melhor do que o que vemos aqui na Venezuela", disse López.

Este post foi traduzido do inglês.

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