Participantes de concursos de beleza geralmente descrevem suas medidas — busto, cintura, quadris — diante da plateia.
“Meu nome é Camila Canicoba e sou representante de Lima. Minhas medidas são: 2.202 casos de feminicídio foram registrados nos últimos nove anos no meu país.”
“Meu nome é Juana Acevedo e minhas medidas são: mais de 70% das mulheres do nosso país são vítimas de assédio nas ruas.”
“Meu nome é Luciana Fernández e represento a cidade de Huánuco, e minhas medidas são: 13 mil meninas sofrem abuso sexual no nosso país.”
“Meu nome é Melina Machuca, represento Cajamarca e minhas medidas são: mais de 80% das mulheres da minha cidade são vítimas de violência.”
“Almendra Marroquín aqui. Eu represento Cañete e minhas medidas são: mais de 25% das meninas e adolescentes sofrem abuso em suas as escolas.”
“Meu nome é Bélgica Guerra e represento Chincha. Minhas medidas são: as 65% das universitárias que são agredidas por seus parceiros.”
Não foram só as participantes que queriam passar essa mensagem — violência contra mulheres era o tema da noite.
Jessica Newton, organizadora do evento e ex-vencedora de concursos de beleza, disse que a decisão de dedicar a edição deste ano do Miss Peru à violência de gênero foi para empoderar as mulheres.
Newton também defendeu o desfile de biquíni, que costuma ser visto como o momento mais objetificante dos concursos de beleza. Segundo ela, esse desfile é uma oportunidade de enfatizar que as mulheres devem ser tratadas com respeito independentemente do que estiverem vestindo.
Este post foi traduzido do inglês.