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Rocha Loures, o homem da mala de propina, foi preso em Brasília

Indicado por Temer para ser o interlocutor de Joesley Batista, ex-deputado foi preso por ordem do STF, aumentando rumores de uma delação premiada.

Personagem central da crise do governo Michel Temer após a delação dos donos da JBS, Rodrigo da Rocha Loures foi preso pela Polícia Federal em Brasília na manhã deste sábado.

A prisão ocorreu menos de 48 horas após Rocha Loures perder as prerrogativas de parlamentar com o retorno do ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio à Câmara dos Deputados.

O procurador-geral da República, Osmar Serraglio, havia apresentado um novo pedido de prisão de Rocha Loures na noite de quinta – que veio a ser decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin na sexta. Ele está na superintendência da PF em Brasília.

Rocha Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil com propina da JBS. Segundo o delator Joesley Batista, foi Rocha Loures quem marcou o encontro no qual Temer foi gravado na reunião com o dono da JBS em 7 de março.

Na conversa registrada por um gravador escondido, Temer indica Rocha Loures para ser o interlocutor do empresário.

De acordo com a delação da JBS, o então deputado do PMDB do Paraná acertou o pagamento de uma propina semanal de R$ 500 mil em troca de benefícios ao grupo no governo. A mala filmada pela PF seria a primeira parcela do acerto.

Rocha Loures é um operador da confiança do presidente. Ele havia assessorado Temer tanto na vice-presidência quanto no Palácio do Planalto até assumir a vaga de deputado quando Serraglio foi nomeado para a Justiça.

O presidente Michel Temer admitiu, em entrevista à Folha de S.Paulo, que indicou Rocha Loures para Joesley para ser o interlocutor do grupo. Na versão do presidente, Rocha Loures foi encarregado de ouvir as "lamúrias" do dono da JBS.

Em vez disso, acabou sendo filmado recebendo propina. Quando a operação Patmos foi deflagrada em maio, Fachin afastou Rocha Loures do mandato, mas não decretou a prisão por causa das prerrogativas de parlamentar. Por ser deputado à época, a prisão só poderia ser realizada em flagrante.

Na entrevista que concedeu à revista IstoÉ que circula neste final de semana, Temer falou sobre Rocha Loures e isentou-se do episódio da mala de dinheiro: "Não me senti traído porque não tenho nada a ver com isso."

Com a prisão, crescem os rumores de que ele possa fechar um acordo de delação premiada.

Falando à Folha de S.Paulo, o advogado Cezar Bitencourt disse que a delação do ex-deputado está descartada por enquanto. Ele expressou "indignação" por entender que a Justiça não analisou os argumentos apresentados nesta sexta-feira contra a detenção. Leia aqui.

Bitencourt disse ao jornal O Estado de S.Paulo que seu cliente foi preso "para delatar", mas que o ex-deputado permanecerá em silêncio.

“Para que seria preso no sábado? Só pode ter sido preso para delatar. Não poderia ser (decidido) na terça feira em sessão na turma?”, disse o advogado ao jornal. Leia aqui.

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