Preso nesta quinta (17), o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) é suspeito de liderar um esquema de fraude em licitações e superfaturamento de obras públicas que movimentou um pagamento de cerca de R$ 227 milhões em propinas, de acordo com o Ministério Público Federal.
É o segundo líder político do PMDB do Rio a ir para a prisão sob suspeita de corrupção – o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha foi preso no mês passado. Além de Cabral, a Polícia Federal cumpriu outros sete mandados de prisão preventiva (sem prazo para expirar) e outros dois de prisão temporária (5 dias).
As investigações ocorrem simultaneamente no Rio e em Curitiba com base em depoimentos de delatores das empreiteiras Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia. Cabral é suspeito de levar propina em obras custeadas com dinheiro federal no Estado.
As obras com suspeita de propina para o grupo de Sérgio Cabral incluem a reforma do estádio do Maracanã.
O programa de urbanização de comunidades carentes do Rio, o chamado PAC Favelas.
As obras viárias do Arco Metropolitano do Rio.
E o Complexo Petroquímico do Rio (Comperj).
De acordo com as investigações, o esquema envolvia o pagamento de vantagem indevida por parte das empreiteiras ao ex-governador Sérgio Cabral e a pessoas do seu círculo em troca de contratos de obras com o governo do Rio.
De acordo com os procuradores, "integrantes da organização criminosa de Sérgio Cabral amealharam e lavaram fortuna imensa, inclusive mediante a aquisição de bens de luxo, assim como a prestação de serviços de consultoria fictícios".
Os advogados de Sérgio Cabral ainda não se pronunciaram sobre a prisão e as suspeitas apontadas pelo Ministério Público Federal.