A polícia do Rio vai nesta segunda ao estúdio do BBB 17, em Jacarepaguá (zona oeste do Rio), para ouvir o depoimento do médico Marcos Harter, 37.
Ele é suspeito de ter agredido outra participante do programa e sua namorada, a estudante Emilly Araújo, 20. A Polícia Civil do Rio afirma que Marcos pode ser enquadrado na Lei Maria da Penha.
A diretora da Divisão de Atendimento à Mulher da Polícia Civil, a delegada Márcia Noeli, mandou instaurar um inquérito para apurar se houve lesão corporal quando a estudante afirma que ele estava apertando o seu pulso e beliscando.
As cenas ocorreram entre sábado e domingo e causaram indignação nas redes sociais.
Por várias vezes, Marcos colocou o dedo em riste na cara da estudante, gritou, segurou seu pulso e a colocou contra a parede. Segundo a delegada, a polícia deve pedir que Emilly passe por um exame de corpo de delito para confirmar a lesão corporal.
Em caso afirmativo, a jovem não precisa sequer prestar queixa contra o namorado porque ele será investigado de qualquer maneira, segundo a delegada afirmou ao BuzzFeed.
Mesmo que a Rede Globo não o elimine do programa, a delegada disse que ainda nesta segunda a polícia poderá pedir à Justiça medidas protetivas para Emilly, que forçarão Marcos a deixar o confinamento global.
“Assisti aos vídeos e tem mais do que injúrias e ameaças. Tem momentos em que ela diz que está doendo e pede para não ser machucada mais”, disse a delegada, em entrevista ao BuzzFeed Brasil.
“Quem assiste a esse programa viu como é retratada a violência contra a mulher no Brasil. Desde o primeiro momento, ele isola a moça de seus amigos, ele quer ter razão e impor seu pensamento o tempo inteiro e ainda a culpa por suas reações”, afirmou Márcia Noeli.
O apresentador Tiago Leifert informou ontem à noite no BBB que a produção conversou com os dois, separadamente, e que estava “atenta” e preocupada com a situação.
O médico, no entanto, não foi expulso do programa, apesar de uma das regras ser a proibição de violência física.
A emissora ainda não se pronunciou sobre o caso nem sobre a decisão da polícia. Caso seja confirmada a violência, Márcia Noeli afirmou que a pena prevista é de um a três anos de detenção.