O que você precisa saber sobre a matança em Dallas e os protestos nos EUA

Os tiros foram disparados na noite de quinta, durante um protesto contra a morte de dois homens negros pela polícia nos estados de Minnesota e Louisiana. A polícia confirmou a morte de um suspeito.

O que sabemos até agora:

  • Franco-atiradores atiraram em 12 policiais em Dallas, no estado americano do Texas, durante um protesto contra as mortes de homens negros por policiais esta semana.
  • Ao menos 5 policiais foram mortos. Dois civis também ficaram feridos no ataque.
  • O presidente Obama chamou o ataque de "ação calculada" e "desprezível".
  • Três suspeitos foram detidos e um quarto suspeito foi morto quando estava encurralado pela polícia.
  • Segundo chefe de polícia de Dallas, o suspeito morto disse que queria "matar brancos", especialmente policiais, em retaliação às mortes ocorridas esta semana nos Estados de Minnesota e do Texas.
  • O suspeito também disse aos negociadores que havia explosivos plantados em torno de Dallas, mas nenhum artefato foi encontrado.

Atualizado às 13:00:

Segundo chefe de polícia de Dallas, o suspeito morto disse que queria "matar brancos", especialmente policiais, em retaliação às mortes ocorridas esta semana nos Estados de Minnesota e do Texas.

Suspeito foi morto após explosivo que carregava ser detonado por robô da polícia.

Eric Gay / AP Photo

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O chefe de polícia de Dallas, David Brown, concedeu entrevista na manhã desta sexta. Ele disse que o suspeito morto depois que o explosivo que ele carregava no corpo foi detonado por um robô da polícia.

Pela primeira vez, a polícia explicou o que teria motivado a matança. Segundo Brown, o suspeito disse aos negociadores que estava revoltado com as recentes mortes de pessoas negras por policiais dos estados americanos de Minnesota e Louisiana.

"Ele estava revoltado com as mortes e disse que ele queria matar os brancos, principalmente policiais brancos", declarou o chefe de polícia.

"Nada disso faz sentido. Não é um motivo legítimo para fazer tanto mal", disse ele.

Brown disse que o suspeito alegou ter agido sozinho e não tinha ligação com qualquer grupo organizado.

Os dados relatados pelo chefe de polícia ainda são preliminares e a investigação tenta apurar eventuais conexões para esclarecer se ele agiu, de fato, sozinho.

O chefe de polícia elogiou a bravura dos policiais mortos, que, segundo ele, foram "correndo em direção a tiros que partiam de uma posição mais alta, sem chance para se proteger dos franco-atiradores".

O caso também interrompeu as campanhas dos candidatos que disputam a sucessão de Barack Obama.

A democrata Hillary Clinton interrompeu um ato de campanha junto com o vice-presidente Joe Biden no estado da Pennsylvania. Ela se disse enlutada pelos "oficiais mortos no dever sagrado de proteger manifestantes pacíficos".

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O republicano Donald Trump cancelou uma viagem a Miami, na Flórida. Ele ofereceu condolências à famílias "devastadas pelos horrores que estamos vendo acontecer no país".

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Um segurança de uma faculdade gravou um vídeo registrando o som de tiros e gritos após policiais entrarem no prédio para tentar capturar o atirador.

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Patrick Cooper estava em um banheiro quando os tiros e gritos começaram a ecoar.

À CNN, ele disse ter visto um suspeito entrar no prédio carregando uma "arma longa", antes da chegada da polícia.

"Os tiros foram perto de mim. Primeiro, pensei que eram fogos ou qualquer outra coisa. Quando saí para ver o que era, eu vi alguém apenas correndo na minha direção", disse.

O que já publicamos sobre o caso:

Doze policiais de Dallas, no estado americano do Texas, foram baleados por atiradores localizados no alto de prédios. Cinco deles morreram. O ataque ocorreu na quinta-feira à noite, durante um protesto no centro da cidade, disseram autoridades. Dois civis também ficaram feridos no ataque.

Ting Shen/The Dallas Morning News via AP

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Os policiais foram abatidos por franco-atiradores durante um protesto contra violência racial nos Estados Unidos.

Laura Buckman / AFP / Getty Images

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A manifestação que ocorria em Dallas foi uma das que pipocaram espontaneamente em diversas cidades dos Estados Unidos depois de dois homens negros pela polícia em circunstâncias de suas mortes espalharam revolta pelo país.

  • Philando Castile, Falcon Heights, em Minnesota, foi morto por policial que o parou porque estava com uma lanterna traseira do carro quebrada. Ele foi morto na noite de quarta (6).
  • Num vídeo ao vivo divulgado pela própria namorada, ele está ferido enquanto o policial continua apontando a arma.
  • Alton Sterling, em Baton Rouge, na Louisiana, foi alvejado após ter sido dominado. A morte ocorreu na terça (5).

Após os tiros que feriram os policiais, começou a caçada aos atiradores.

Três suspeitos foram detidos e um quarto foi encurralado no segundo andar de um estacionamento, de acordo com o chefe de polícia da cidade, David Brown.

Ron Jenkins / Getty Images

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"O nosso pior pesadelo aconteceu", disse o prefeito de Dallas, Mike Rawlings. "É um momento doloroso para esta cidade."


À CNN, o prefeito contou que o suspeito morto carregava um dispositivo explosivo. Segundo o prefeito, os negociadores chegaram ao local.


Antes de ser morto, o suspeito, cuja identidade ainda não foi revelada, disse que o fim estava chegando e que ele iria se machucar, mas ferir mais policiais.

Segundo a polícia, ele havia dito aos negociadores que havia bombas plantadas em toda a área. Um pacote suspeito foi encontrado na área e foi examinado pelo esquadrão anti-bombas. As duas varreduras realizadas não encontraram quaisquer explosivos.

Ron Jenkins / Getty Images

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Um vídeo postado por uma testemunha mostrou o que parecia ser um atirador abrindo fogo contra um policial. Um dos agentes parece ter sido ferido, conforme as imagens.


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A primeira vítima identificada é o policial Brent Thompson. Ele havia entrado para a polícia em 2009. Thompson tinha 43 anos e havia se casado recentemente.

Handout / Reuters

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O presidente Barack Obama reagiu à matança de Dallas.

Em uma entrevista coletiva em Varsóvia (Polônia), onde participa da cúpula da Otan, Obama descreveu os ataques como "desprezíveis" e disse que os policiais mortos estavam cumprindo seu dever, dando segurança a protestos pacíficos.

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Mandel Ngan / AFP / Getty Images

"Os policiais de Dallas estavam fazendo o seu trabalho, mantendo as pessoas seguras durante protestos pacíficos", disse.

"Não há justificativa possível para esses ataques ou qualquer tipo de violência contra a aplicação da lei".



Este post será atualizado ao longo do dia.


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