O BuzzFeed Brasil publica hoje, de um jeito fácil de buscar, os documentos que estavam no famoso HD entregue pelo Supremo Tribunal Federal sobre a delação da Odebrecht, a maior já realizada na história do país. Por conta da enormidade dos arquivos, os vídeos ainda estão sendo carregados e todos eles devem estar disponíveis até terça (18).
As revelações dos delatores da maior empreiteira do país envolveram em suspeitas graves de corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica toda a elite política do Brasil — sem distinções ideológicas de direita e esquerda.
Oito ministros — além do próprio presidente Michel Temer — estão na lista de suspeitos de receber dinheiro do departamento de propina da Odebrecht. Temer não é investigado porque tem uma imunidade que o protege de apurações sobre fatos anteriores à sua posse na Presidência.
Boa parte dos alegados atos de corrupção ocorreram durante os governos de Lula e Dilma — estes, sem prerrogativa de foro especial — tiveram os indícios contra si enviados para instâncias inferiores da Justiça. As cúpulas do Senado e da Câmara dos Deputados, além de dezenas de congressistas, foram igualmente tragadas pelo escândalo.
A delação do fim do mundo também atingiu os ex-presidentes Fernando Henrique, Fernando Collor e José Sarney — envolvendo em suspeitas todos os ocupantes do Palácio do Planalto, ainda vivos, desde a Redemocratização.
E, por fim, joga incerteza sobre a sucessão de 2018. Todos os principais virtuais candidatos a presidente estão na lista da Odebrecht: o petista Lula e os maiores caciques do PSDB: Aécio Neves, José Serra e Geraldo Alckmin.
A decisão de publicar a íntegra dos documentos se deve à crença de que a sociedade tem o direito a conhecer, por completo, o teor da delação da Odebrecht.
A publicação dos documentos e vídeos ocorre concomitantemente à nossa missão jornalística de apurar as versões apresentadas pelos delatores, confrontá-las com documentos e evidências e ouvir o que têm a dizer os políticos citados, como temos feito em nossas reportagens.
Importante salientar que as acusações dos delatores da Odebrecht, mesmo sustentadas por provas de corroboração, implicam apenas na abertura de investigações criminais contra os suspeitos. É a etapa inicial. Os integrantes da lista do ministro Edson Fachin ainda não foram formalmente acusados e, caso sejam, terão oportunidade de ampla defesa dentro do devido processo legal.
A decisão de publicar os documentos na íntegra serve ainda a um outro propósito: permitir aos jornalistas da imprensa regional do país – muitos deles, sem acesso direto ao HD entregue pelo STF aos veículos credenciados – o acesso simples aos documentos e vídeos para que promovam suas próprias investigações independentes sobre políticos de suas regiões.
No documento abaixo estão todos os pedidos de inquérito que dizem respeito a políticos com foro privilegiado, como atuais ministros e parlamentares. Entram nessa categoria, políticos com mandatos federais, como: os atuais ministros, deputados e senadores.