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Oposição pede investigação sobre os R$ 217 milhões da consultoria de Meirelles

O PT quer que a Procuradoria-Geral da República apure quais os serviços que o ministro da Fazenda prestou que justifiquem os valores revelados pelo BuzzFeed Brasil.

O líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), quer que o ministro da Fazenda Henrique Meirelles seja investigado em razão da consultoria multimilionária que prestou a grandes empresas às vésperas de assumir a pasta.

O partido apresentou pedido de investigação à Procuradoria-Geral da República (PGR). Como o BuzzFeed revelou, Henrique Meirelles recebeu R$ 217 milhões em 2016, como distribuição dos lucros de sua empresa de consultoria. Os valores se referem ao ano de 2015 e até abril de 2016, dias antes de assumir o Ministério da Fazenda.

Segundo o ministro, os pagamentos foram por serviços prestados ao longo dos anos e não somente 2015 e 2016.

Ex-presidente do Banco Central no governo Lula, Meirelles era o nome preferido pelo petista para assumir a Fazenda no governo Dilma, no lugar Joaquim Levy.

Ao BuzzFeed Brasil, Zaratinni disse que "não é normal que um executivo, mesmo um alto executivo, receba R$ 217 milhões de bonificações".

O deputado disse que o PT também pediu esclarecimentos diretamente a Meirelles, ingressou com um pedido de apuração por parte da Controladoria Geral da União (CGU) e vai pedir que a Câmara convoque o ministro para ouvi-lo.

No pedido levado à PGR, o PT coloca sob suspeita os valores recebidos _ sobretudo aqueles referentes a 2016 e com distribuição dos lucros em setembro daquele ano, quando Meirelles já era ministro.

"É preciso que essa Procuradoria-Geral da República analise se os recursos transferidos quando o Representado já exercia o cargo de Ministro de Estado da Fazenda não configuram violação aos princípios da administração pública (moralidade e probidade), dando ensejo, em tese, a prática de improbidade administrativa e/ou crime de responsabilidade"

Na peça, o partido ainda questiona a atuação de Meirelles em favor da J&F, do delator Joesley Batista. Apesar dos altos valores recebidos, o atual ministro da Fazenda diz que apenas prestava consultoria e desconhecia o esquema criminoso da empresa.

"Ademais, integrando o coração da administração do grupo J&F, o representado tinha não somente a possibilidade de conhecer o modus operandi dos controladores, sua prática, como o poder e a prerrogativa de noticiar tais fatos às autoridades constituídas, o que, no mínimo, caracteriza grave omissão em relação aos deveres para com a Administração Pública", diz o documento do PT.


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