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Juiz cita entrevista de Maluf a TV para negar prisão domiciliar

O juiz Bruno Macacari diz que uma das provas de que Maluf não está debilitado é uma entrevista em que ele anda normalmente e fala em caminhar 3km por dia. Defesa do deputado vai recorrer.

Uma entrevista dada em outubro pelo deputado Paulo Maluf (PP-SP) foi decisiva para deixá-lo preso na Papuda, apesar de ter 86 anos e um câncer.

As imagens de um programa do SBT foram citadas como prova pelo juiz Bruno Macacari de que Maluf não está debilitado a ponto de não cumprir a prisão. O deputado foi condenado em definitivo pelo Supremo Tribunal Federal a sete anos e nove meses de prisão, por lavagem de dinheiro.

Essa é a entrevista, de outubro passado, e o próprio juiz sugere um trecho como prova: aos 43 minutos e 50 segundos. "Eu ando no mínimo todo dia três quilômetros", diz Maluf.

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"Contudo, no que se refere às restrições de movimento do reeducando e aos cuidados necessários em virtude de problemas que tem na coluna lombar, tenho, com supedâneo na substanciosa prova técnica, que não se vê ele no estado de tamanha debilidade que busca ostensivamente demonstrar", escreve o juiz

Um dos argumentos citados pelo magistrado é de que, apesar da defesa argumentar a necessidade de atendimento médico em razão do estado de saúde de Maluf, em sua casa não conta com equipamento ou enfermeiros de plantão.

"Ao contrário, como se vê do vídeo disponível por meio do link que já colacionei, o custodiado, repito, movimentava-se com aparente destreza, dizendo de sua boa condição física, que o permitia caminhar três quilômetros diariamente, tudo a indicar que era prescindível todo esse aparato médico, tanto que nada foi alegado pelos seus patronos a respeito da existência de tal estrutura em domicílio".

O advogado de Maluf, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que vai recorrer ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

"A defesa, perplexa, registra que os laudos apresentados, a nosso ver, evidenciam a absoluta impossibilidade da manutenção, com segurança, do Dr Paulo Maluf no sistema carcerário. A prisão domiciliar neste caso é mais do que uma decisão humanitária, é uma questão de direito e justiça", disse em nota o advogado.

O advogado ainda criticou o uso de uma entrevista como prova para negar a prisão domiciliar. "A defesa, que não entende de medicina, viu atônita a decisão citar um programa de televisão do qual o Dr Paulo participou tempos atrás como fundamento da sua manutenção na prisão. Continuamos a acreditar no Poder Judiciário e temos a firme convicção de que o Dr Paulo poderá não suportar o que esta sendo imposto a ele. À defesa cabe alertar e recorrer".

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