Ex-deputado, ex-presidente da Câmara e ex-ministro dos governos de Dilma Rousseff e Michel Temer, Henrique Eduardo Alves foi preso na manhã desta terça-feira pela Polícia Federal, na operação Manus.
A prisão é preventiva, quando não há prazo para a soltura. A investigação apura um esquema de desvios de R$ 77 milhões da Arena das Dunas, em Natal, uma das sedes da Copa-2014.
De acordo com a PF, esse sobrepreço rendeu propinas e doações de campanha para Henrique Eduardo Alves. Ele tentou, sem sucesso, ser eleito governador do Rio Grande do Norte em 2014.
Em nota, a PF afirmou ainda que descobriu que até o dinheiro de campanha foi usado para pagar despesas pessoais do ex-deputado. Diz a PF:
"A partir das delações premiadas em inquéritos que tramitam no STF, e por meio de afastamento de sigilos fiscal, bancário e telefônico dos envolvidos, foram identificados diversos valores recebidos como doação eleitoral oficial, entre os anos de 2012 e 2014, que na verdade consistiram em pagamento de propina. Identificou-se também que os valores supostamente doados para a campanha eleitoral em 2014 de um dos investigados foram desviados em benefício pessoal".
No total, 80 policiais cumpriram 33 mandados judiciais, sendo cinco prisões preventivas, seis conduções coercitivas e 22 mandados de busca e apreensão, nos estados do Rio Grande do Norte e Paraná.
O nome da operação, Manus, é uma referência ao provérbio “Manus Manum Fricat, Et Manus Manus Lavat”. Em português, uma mão lava a outra.
Henrique Eduardo Alves é o terceiro ex-presidente da Câmara a cair em desgraça. Primeiro, João Paulo Cunha foi condenado e preso no mensalão. Depois, Eduardo Cunha, na Lava Jato.
Cunha, aliás, também foi alvo de ordem de prisão na operação Manus. Tanto Cunha como Henrique Alves tinham conta na Suíça, descobertas pela Lava Jato.