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Deputado do mesmo partido de Temer vota a favor da denúncia e presidente sofre primeira derrota

Apesar de ser do PMDB, Sergio Zveiter disse que é "imperiosa" a abertura do processo que pode afastar Temer.

O presidente Michel Temer sofreu sua primeira derrota na votação da Câmara dos Deputados que pode levar ao se afastamento da presidência da República.

Temer foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República pela suspeita de receber propina do empresário Joesley Batista, da JBS. Para a PGR, o dinheiro dado pela empresa ao deputado Rodrigo Rocha Loures _ aquele flagrado com a mala da propina _ tinha como destinatário final Michel Temer.

Ao contrário de julgamentos comuns, no caso do presidente a abertura de uma ação penal significa seu afastamento do cargo. Para isso, o caminho é o seguinte: é preciso a autorização da Câmara e, depois, do Supremo para que a investigação se torne uma ação penal.

O primeiro passo desse processo foi dado nesta segunda-feira (10), na comissão de Constituição e Justiça da Câmara. O relator, Sergio Zveiter (PMDB-RJ), votou pela abertura do processo.


Esse voto tem duplo significado. Primeiro, a importância simbólica do voto do relator. Segundo, porque mostra que Temer não é unanimidade nem dentro de seu partido.

"Temos indícios que são sérios o suficientes para ensejar o recebimento da denúncia. Não é fantasiosa a acusação", disse o relator.

Zveiter afirmou ainda que o arquivamento da denúncia não representaria o fim da crise política. "Impedir o avanço das investigações e seu devido julgamento seria ampliar perigosamente o abismo entre a sociedade e as instituições."

Ironia: Zveiter cita jurista para fundamentar seu voto. Quem? Alexandre de Moraes, ex+ministro de Temer e indicado por ele para o STF

DEFESA

Na mesma sessão, os deputados ouviram o advogado de Michel Temer, Antônio Mariz. Ele fez duras críticas ao relator, que defendeu, que, na dúvida, o processo deve ser aberto em favor da sociedade.

"Não há sociedade alguma que tenha o direito de achincalhar e colocar na cadeia a honra de alguém", afirmou o advogado.

Mariz desafiou ainda a PGR a comprovar quanto Temer recebeu dos R$ 500 mil pegos por Rocha Loures. "Não há um níquel sequer˜, diz o advogado. "O conteúdo é um nada acusatório".

Mariz encerra sua fala sob aplausos e diz que arquivar a denúncia contra Michel Temer é fazer justiça.

MANOBRA

A votação final na Comissão de Constituicão e Justiça deverá ficar somente para quarta-feira e só depois o plenário irá analisar.

A base governista fez uma manobra e o partido PR trocou quatro de seus cinco membros, de forma a garantir votos favoráveis na comissão. Isso causou a ira do deputado Delegado Waldir, de Goiás, um dos que ficaram de fora.

O deputado Delegado Waldir (PR-GO) foi retirado da CCJ pelo partido para garantir um voto a favor de Temer

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