Esse é Tiago Cedraz. Advogado com 35 anos, ele é conhecido por duas coisas em Brasília. A primeira é o sobrenome importante. Ele é filho do ex-presidente do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz. É conhecido, também, pela meteórica carreira como advogado.
Cedraz é a estrela mais proeminente de um grupo de filhos de ministros que advogam e enriquecem em Brasília.
Apesar da pouca idade e da vida discreta, Tiago Cedraz acumula um patrimônio multimilionário e suspeitas de corrupção. Ele já teve seu sigilo bancário quebrado pela Polícia Federal, foi duplamente delatado na Lava Jato e seu escritório foi alvo de busca e apreensão.
O empreiteiro da UTC, Ricardo Pessoa, acusa o advogado de receber R$ 1 milhão para garantir um voto favorável no TCU. Já a Odebrecht, em sua delação, diz que também pagou o advogado para comprar voto no tribunal. Cedraz nega as acusações.
Apesar dos problemas com a Polícia Federal, o patrimônio de Cedraz continua a prosperar.
No total, ele tem quatro apartamentos na mesma quadra de Brasília, a 316 _ três no mesmo bloco. Juntos, eles custaram R$ 10 milhões. Foi uma compra por ano, desde 2013.
Um dos apartamentos, antes, era de um ex-sócio do ministro Gilmar Mendes e chegou a ser colocado como garantia num financiamento da faculdade do ministro, o Instituto Brasiliense de Direito Público.
Os apartamentos desta quadra em Brasília são antigos, conhecidos pelo amplo espaço (158m² e 246 m²), alto preço e a vizinhança poderosa. A estrutura, contudo, é bem mais simples do que os prédios mais novos de Brasília, que geralmente oferecem cobertura e piscina.
Cada unidade, na planta original, tem quatro quartos, sala, cozinha, despensa e quarto para a faxineira. Cedraz partiu então para a criatividade e abriu o bolso. Em junho de 2016, quando ele já tinha sido alvo da PF, Cedraz fez a quarta aquisição.
Ele comprou mais uma unidade no mesmo prédio, imediatamente abaixo de um dos apartamentos que ele já tinha. Segundo o BuzzFeed apurou, os dois apartamentos estão em reforma e ele planeja fazer virar um duplex.
O apartamento custou R$ 3,1 milhões e foi adquirido pela empresa de Cedraz, criada justamente para administrar seu patrimônio.