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Até aluguel de iate foi usado como propina no Paraná, diz Lava Jato

Operação Integração, 48ª fase da Lava Jato, suspeita que uma empresa com contratos no Paraná pagava despesas pessoais e itens de luxo como propina a um dirigente.

Primeira fase da Lava Jato em 2018, a operação Integração suspeita que um dirigente do departamento de estradas do governo do Paraná usou dinheiro de propina para alugar iates de luxo, comprar apartamento e até pagar a revisão do carro do irmão.

Trata-se do diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem no Paraná (DER/PR), Nelson Leal. A Lava Jato suspeita que ele recebia propina de Wellington Volpato, diretor da empresa Eco Sul, que tem contrato de R$ 12 milhões com o órgão público. Os dois foram presos temporariamente.

Uma das provas levantadas pela investigação foi um passeio de iate, cuja diária era de R$ 16 mil, bancado por Volpato e que tinha, na lista de convidados, Nelson Leal e a esposa. O dono da empresa de aluguel de iates contou, também, que um determinado passeio eles alugaram dois iates e, depois, Volpato cedeu a Nelson Leal o barco mais novo.

Houve, ainda, um pagamento em espécie feito por Leal para alugar um barco, sem identificação do autor do depósito.

Outra evidência foi um recibo enviado pela Eco Sul para o e-mail de Nelson Leal em 2016, com o conserto de um carro que estava em nome do irmão dele. Houve também um depósito de R$ 5.000 feito por Volpato na conta da mãe de Leal.

A Lava Jato passou então a se debruçar sobre a vida financeira de Nelson Leal e descobriu um padrão de comportamento: muitos pagamentos em dinheiro vivo ou boleto, sem nenhuma saída de valores da conta bancária.

O caso que mais chamou a atenção dos investigadores foi a compra de um apartamento de R$ 2,5 milhões na cidade de Balneário Camboriú, a 200 km de Curitiba.

O apartamento não foi declarado no imposto de renda. Além disso, parte dos pagamentos foram feitos em espécie, em mais de 20 ocasiões ocorrendo na na cidade praiana.

Em alguns casos, a Lava Jato conseguiu cruzar com saques feitos por Wellington Volpato. Em 23 de outubro de 2014, ele sacou R$ 15.200. Houve ainda uma ligação da Eco Sul para Nelson Leal. No dia seguinte, a esposa de Nelson gastou R$ 10 mil em dinheiro vivo na compra de material hidráulico.

“Embora as relações entre os fatos sejam circunstanciais, a coincidência e o procedimento extravagante de Nelson Leal Júnior, na realização de tantas transações vultosas em espécie, sugere que Wellington de Melo Volpato, titular de empresas com contratos junto ao DER/PR, efetuava pagamentos com frequência em favor de Nelson Leal Júnior”, escreveu o juiz Sergio Moro.

A investigação do DER do Paraná foi para a Lava Jato em razão do uso de operadores descobertos no esquema da Petrobras.

"O pedido protocolado pela força-tarefa Lava Jato no MPF/PR tem como base principal as investigações relacionadas às atividades dos operadores financeiros Rodrigo Tacla Duran e Adir Assad, assim como apurações ligadas a irregularidades em concessões rodoviárias federais que foram realizadas inicialmente na Procuradoria da República no município de Jacarezinho, no Paraná, e posteriormente remetidas à força-tarefa em Curitiba, em virtude da conexão com os fatos da Operação Lava Jato", diz o comunicado divulgado pelo Ministério Público.

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