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Vizinhos se mobilizam para ajudar moradores do prédio que pegou fogo e desabou em São Paulo

Fumaça ainda saía dos escombros do prédio no largo do Paissandu quando a analista de marketing Fernanda Almeida, 22, chegou ao lugar, antes das 6h. Ela foi recebida por crianças que moravam no prédio, uma ocupação habitada por cerca de 150 famílias.

Fumaça ainda saía dos escombros do prédio que desabou após um incêndio no largo do Paissandu, no centro de São Paulo, quando a analista de marketing Fernanda Almeida, 22, chegou ao lugar, antes das 6h da manhã.

Fernanda foi recebida por crianças que moravam no prédio, uma ocupação habitada por cerca de 150 famílias. As crianças a chamam de “tia”, e ela as chamava de volta pelo nome, enquanto tinha suas pernas abraçadas. Eles já se conheciam.

Toda semana, Fernanda e mais 14 voluntários da Comunidade de Sant'Egidio, grupo católico de ação social, dão aula e fazem atividades de recreação com as crianças de três áreas invadidas do centro. A do prédio na avenida Rio Branco com o Paissandu era um deles. Ao menos uma pessoa morreu, e os bombeiros seguem fazendo buscas nos escombros.

Além de ir conversar com as crianças e suas famílias, o grupo levou centenas de peças de roupas, que as famílias desabrigadas escolhiam às 8h da manhã.

“Mas e para amanhã?”

Vizinhos do lugar também se mobilizaram. A aposentada Claudia Lisé, 65, estava lá desde as 5h da manhã. Tinha arrastado em um carrinho de feira 20 quilos de ração para cachorro, que comprou para seus três vira-latas, mas resolveu destinar aos bichos que estivessem desalojados. “Eu sabia que ia ter gente oferecendo a mão para os humanos, e fico feliz que tem. Mas pensei que os bichos iam ficar sem nada.”

Uma padaria na rua Aurora, a dois quarteirões de onde até a madrugada havia um prédio de 22 andares, mandou a ajuda montada em uma bicicleta. O funcionário, que levava cem pães, queijo e quatro caixas de leite, preferiu não dar entrevista enquanto distribuía o café da manhã — mas seu avental e as sacolas onde trouxe a comida diziam Casa Aurora.

Uma das pessoas que pegou um sanduíche e um copo de leite foi Solange da Silva, profissão faz-tudo. “Pra hoje a gente tem. Tem comida e tem atenção”, diz Solange, que depois de comer ia trabalhar no 1º de Maio, como segurança em um evento sindical ali perto. “Mas e pra amanhã? E pra depois?”

Vans da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social da prefeitura distribuíam colchões de solteiro, que eram desensacados e colocados na praça, em frente à igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, que estava fechada.

A prefeitura afirmou em nota que a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social vai providenciar abrigos temporários para as pessoas que perderam seu lar para o fogo.

O vídeo abaixo mostra o exato momento em que um prédio de 26 andares caiu nesta madrugada após as chamas tomarem conta do edifício localizado no centro de São Paulo, no Largo do Paissandu. https://t.co/TdjH9QxO2y

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