O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou um decreto na sexta-feira (27) suspendendo por ao menos 120 dias a entrada de refugiados no país. A ordem também impede que cidadãos de sete países de maioria muçulmana — Síria, Iraque, Irã, Sudão, Somália, Líbia e Iêmen — entrem nos Estados Unidos.
Durante a eleição americana, os principais executivos do Vale do Silício se opuseram abertamente a Trump. Veja abaixo como as principais empresas de tecnologia do mundo reagiram ao decreto do presidente americano.
Uma fonte na empresa disse ao BuzzFeed News que "aproximadamente 200 funcionários são afetados" pelo decreto de Trump. Em um memorando interno obtido pela Bloomberg, o CEO do Google, Sundar Pichai, disse que "é doloroso ver o custo pessoal desse decreto em nossos colegas".
Oficialmente, a empresa enviou a seguinte declaração ao BuzzFeed News:
"Estamos preocupados com o impacto deste decreto e de qualquer proposta que possa impor restrições a funcionários do Google e suas famílias, ou que poderiam criar barreiras à atração de grandes talentos aos Estados Unidos. Nós continuaremos a deixar clara a nossa visão nessas questões aos líderes em Washington e em outros lugares."
Apple
O CEO da empresa, Tim Cook, escreveu um memorando aos funcionários em Washington, onde está reunido com parlamentares republicanos.
Durante as conversas que tive com autoridades em Washington, nesta semana, deixei claro que a Apple acredita profundamente na importância da imigração — tanto para a nossa companhia como para o futuro da nossa nação. A Apple não existiria sem imigração, sem falar em progredir e inovar da maneira como progredimos e inovamos.
Ouvi as preocupações de muitos de vocês em relação ao decreto publicado na sexta-feira restringindo a entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana. Eu compartilho de suas preocupações. Não é uma política pública que nós apoiamos.
Na própria sexta-feira, o CEO e fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, criticou o decreto de Trump em sua página. O executivo disse que se preocupa "com o impacto dos decretos recém-assinados pelo presidente Trump", especialmente os relacionados a imigração.
No sábado, um porta-voz do Facebook disse: "Estamos avaliando o impacto [do decreto] em nossa mão-de-obra para determinar como melhor proteger nossas pessoas e suas famílias dos efeitos adversos".
Leia a íntegra da mensagem de Zuckerberg (em inglês).
Microsoft
Satya Nadella, CEO da Microsoft, divulgou uma nota em que expressa preocupação com a decisão de Trump.
"Como imigrante e CEO, pude tanto sentir como ver o impacto positivo que a imigração provoca em nossa empresa, no país e em todo o mundo. Nós continuaremos a defender essa importante posição."
Oficialmente, a empresa divulgou uma nota:
"Nós compartilhamos a preocupação com o impacto do decreto presidencial com nossos funcionários dos países listados, que estão todos legalmente nos Estados Unidos, e estamos atuando ativamente para dar assistência legal a eles."
Airbnb
O CEO da empresa, Brian Chesky, publicou uma mensagem no Facebook criticando o decreto. "Impedir que refugiados entrem nos Estados Unidos não está certo, e nós devemos nos unir àqueles que forem afetados", escreveu.
Ele também anunciou que o Airbnb dará hospedagem gratuita a refugiados que tenham sido barrados em aeroportos e não estejam em suas cidades de residência. Um porta-voz disse ao BuzzFeed News que a empresa "usará as ferramentas já existentes e compartilhará mais detalhes nos próximos dias".
Leia o texto de Chesky no Facebook (em inglês).
Twitter
O fundador e CEO da empresa, Jack Dorsey, criticou a ordem de Trump em sua própria rede social. Ele disse que a ordem terá um impacto negativo nos planos econômico e humanitário.
Depois, o perfil oficial da empresa também tuitou contra a ordem:
"O Twitter é construído por imigrantes de todas as religiões. Nós estamos ao lado deles, sempre."
Com reportagem de Priya Anand, Caroline O'Donovan, John Paczkowski, e Mat Honan, de Los Angeles e San Francisco.
Este post foi traduzido do inglês.